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COCA
17 de Novembro de 2003

Quem haveria de dizer que Che Guevara escolheu o país ideal para a continuação da Revolução Cubana? Morreu nas mãos de forças legalistas sem saber.

Puseram para fora o presidente da Bolívia, em apenas 13 meses, porque os Estados Unidos financiariam um gasoduto para exportar gás através de porto chileno. Logo o Chile, com quem já travaram uma guerra em busca de uma saída para o mar. 80 mortes contribuíram para unir as comunidades indígenas, cocaleiras e operárias no rumo de um país igual e justo. As etnias quéchua e aimará, que representam 55% da população e vivem com cerca de 2 dólares por dia, deram um prazo aos brancos e mestiços que os governam para que suas principais reivindicações sejam atendidas.

Antes que percam sua crença nas instituições, que não priorizam a liberação do plantio da folha de coca, alvo de ações militares. Para os cocaleiros, as folhas servem para mascagem nas regiões altiplanas, para a produção de chá e a fabricação de produtos, como pasta dental. É uma planta sagrada, a possibilidade de uma vida digna, menos miserável. Os gringos é que transformam a coca em droga quando montam laboratórios, cujos lucros fervilham no paraíso dos consumidores.

Sonham em transformar a Bolívia numa república indígena e estendê-la ao Peru, Venezuela, Equador e Paraguai. Como marco do fim do neoliberalismo e novo modelo de governo voltado para a preservação do meio ambiente e para a reforma agrária. Seria o milênio indígena da América, desenvolvendo-se com respeito à Mãe Terra. E enfrentando o descrédito de que índio não sabe governar.

A coca, como símbolo de tradição e identidade de uma população autóctone que deseja se afirmar no mundo globalizado dos brancos, bem assentada na terra onde seus antepassados descansam de lutas contra o colonizador, que deu o índio como inadequado, a caminho da extinção, diante dos padrões da civilização em marcha.

A cocaína, como símbolo de desagregação de um mundo que procura uma identidade dentro dessa mesma ordem que se orgulha do seu saber, progresso material, nível de tecnologia e grau de evolução atingido.

A Coca-cola, como uma fórmula de bruxos que consumimos até hoje. O padrão do sucesso. Que se enraíza na juventude, como uma serpente que se enrosca no seu corpo e lhe dá um abraço de triturar os ossos de amigo-urso.

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

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