MR. GARDEN
23 de Junho de 2003
A elite que pensa em dólares já está
desenrolando o manto real para FHC desembarcar na eleição de 2006,
resgatando-o de sua aposentadoria na França, subsidiada por
conferências em que exibe seu saber e agradece a aplausos pela
eficiência na privatização e no pagamento dos juros da dívida
externa em dia. Alega, a partir do filme “O homem que copiava”, que
teria sido melhor ficar com o original. Nem o pior momento de FHC,
quando pediu para esquecer o que escreveu agora que se encontrava no
poder, se compara ao atual discurso de Lula renegando o seu passado
de lutas.
Ainda não acusam no bochicho quem é o Paulo César Farias das
finanças do PT, para fazer a comparação, dentre tantos mortos e
feridos, com a aliança neoliberal que reinou durante oito anos.
No entanto, os filósofos tucanos põem o dedo duro na cara dos
inativos que sabotam a sensatez de Lula, enquanto envenenam o vice
Alencar, como empresário, com o presidente, como operário,
explorando perversamente a antiga retórica da luta de classes - do
patrão contra o empregado.
Comparam Lula a Mr. Garden, o personagem vivido por Peter
Sellers no magistral filme de Hal Ashby, “Muito além do jardim”.
Tenta passar por sábio ao analisar o momento político com metáforas
rasas, à força de repetir chavões.
O tiro sai pela culatra. A sua popularidade o converte em
popstar.