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PARADA GAY
25 de Agosto de 2003

Já se vão longe os tempos de “olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é?”. Viado agora passou a ser o homem que tem raiva de veado. Rupert Everett se transformou no ícone dos gays ao não pagar o mico de Rock Hudson, quando anunciou publicamente quem era e começou a freqüentar o Brasil. Os travestis abundam na Lapa e na Avenida Atlântica, as drag queen se celebrizaram em “Priscilla” e viraram transformistas. Roberta Close diminuiu o preconceito contra os transexuais, admite-se a troca de sexo, convertem-se em mulheres gostosas com uma voz rouquenha que tira o homem do sério.

Elke Maravilha, em sendo mulher, é drag queen. Típico caso da pessoa que nasceu satisfeita em ser mulher e amou tanto que exagerou no tom. Outra puta mulher é a Cher, que, à custa de muitas plásticas, chegou aos pés de Michael Jackson. E Michael, é o quê? Mutante pervertido ou pedófilo? Embaralhou de tal forma a identidade que perdeu a consciência do que ele seja. Conseguindo, no entanto, apagar o passado do Jackson Five.

E Elton John, é o quê? Extravagância gay, sem ter aquilo roxo para avançar até drag queen. Por falar em Queen, Freddie Mercury, o gay másculo que cantava divino-maravilhosa porque nunca teve medo de assumir nada.

Quanto ao Cazuza, não tinha medo de experimentar e morreu de tão exagerado que era, em sendo gay ou bissexual. Correntes homófobas consideram o bissexual um gay enrustido que, com o passar do tempo, vai se burilando, aplainando as arestas e adquirindo a coragem de enfrentar a decepção do pai e da mãe.

A parada gay contagia inúmeros simpatizantes, pensando em largar o heterossexualismo decadente, insatisfatório e frustrante, devido ao estágio atual de litígio entre homem e mulher. As palavras de ordem “orgulho” e “coragem” buscam uma equivalência com “liberdade, igualdade e fraternidade”. É uma festa de paetês, plumas e corpos sarados com tatuagens e piercings, dando o tom adequado para disparar beijos antropofágicos, a fim de não deixar a menor dúvida sobre a autenticidade do amor em detrimento da pureza que lembra castidade. Da qual querem distância. Daí a necessidade dos chupões para afugentar vacilões que ousam afrontar a legitimidade da verdade gay. Se encaminham para provar que a estética do mundo é gay, superando conceitos antigos e ultrapassados de que a mulher faz o homem.

Qual a diferença entre homossexual e viado? Homossexual é o seu filho, viado é o filho do vizinho. Uma piada tão retrógrada quanto a discriminação.

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

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