Jornal duGaio

 O editor

 Contato

 

Arquivo Croniquetas

 

Arquivo de Crônicas

Crônicas da semana

Série Espiritualidade
Série Desconstruindo o Homem
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Rússia

 

Este site está se mudando para

www.jornaldugaio.com.br

Clique aqui para ser direcionado ao novo site, e veja os novos recursos e conteúdo.

Desculpe o transtorno e obrigado pela compreensão.

 
UM GANHO HONESTO
05 de Abril de 2004

Nunca diga dessa água não beberei, já ensinavam as tataravós com as quais não tivemos tempo de levar um lero.

Antônio Ermírio de Morais, à frente de um dos maiores grupos empresariais com negócios em ramos tão rentáveis como mineração, energia e papel e celulose, um crítico contumaz dos juros e do próprio sistema financeiro. Embora tenha nascido industrial e jurado morrer industrial, criou um banco para aplicar o caixa da empresa e poupar as tarifas escorchantes cobradas por outros bancos. Evoluiu para cuidar preferencialmente do dinheiro de outras empresas e de clientes institucionais como uma administradora de recursos, protegendo contra as oscilações do câmbio. Hoje opera com produtos sofisticados como o crédito direto ao consumidor, financiamento de automóveis novos e usados, e se prepara para entrar no segmento da construção civil.

Promissoras carteiras de negócios do Banco Votorantim o inserem entre as dez maiores instituições financeiras do país e já respondem por 20% do resultado geral do grupo comandado pela família do empresário. Nenhum outro banco apresentou um lucro tão vigoroso, principalmente se comparado pelo viés da experiência ou do gigantismo. Aproveitando a alta taxa de juros, a receita cresce à base de 100% ao ano.

Cansou de nadar contra a maré, declara tirar um ganho honesto dentro das regras do Banco Central, cristalizando no país a cultura de que é mais fácil e tranqüilo fazer fortuna com um banco do que investindo em produção. Deu como perdida a guerra contra os juros elevados ao vender o peixe de pegar o ganho e aplicar no setor industrial. Até a hora de descobrir que é melhor explorar o dinheiro dos outros e não botar nenhum seu na parada. Não arriscar um centavo a mais duramente amealhado ao longo da tradição familiar nas incertezas dos negócios. A consolidar o tema da avareza de Molière.

O maior negócio do mundo, depois do petróleo, com a vantagem de ser eterno. Que emprestou má fama aos judeus nos primórdios apenas pelo fato da agiotagem não estar ainda inserida no establishment e a usura constituir crime contra a ordem financeira. Além de ter desencadeado a 2ª Guerra Mundial a pretexto de quebrar a hegemonia do sistema financeiro e a especulação internacional.

Só faz jus a poder viver de juros e explorar esse setor de atividade econômica quem acumulou capital incessantemente. Sem preconceitos, como a universitária Rosie Reid, em Londres, que pôs a virgindade à venda na internet supostamente para pagar os estudos, ao câmbio de 10 mil euros. O destino de uma grande fortuna pode encobrir uma pobre menina rica. E lésbica.

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

Clique e saiba mais sobre o

livro

 

Crônicas da semana Série Espiritualidade

Série Desconstruindo o Homem

2007

2006

2005

2004

2003

2002 2001

2000

Rússia

© 2007, Jornal duGaio - Todos os direitos reservados.

Projeto e desenvolvimento - Wagner J. Pereira e Ana Carvalho.