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VÍTIMAS DO CARNAVAL
03 de Março de 2004

Joãosinho Trinta, inventor dos padrões atuais do desfile de escola de samba, foi demitido da Acadêmicos da Grande Rio ao esquentar uma polêmica com a Igreja por conta de alegorias representando o kama sutra quando o enredo era sobre camisinha. Se colocou acima da escola ao cobrir posições sexuais que todo papai e mamãe deviam aprender ao invés de ficar de butuca nas madrinhas da bateria. Deixando os jurados em sinuca de bico entre julgar a censura ou a personalidade de Joãosinho embutida na fantasia carnavalesca.

A Estácio de Sá foi relegada à 3ª divisão com o enredo “Fome Zero”, um mau presságio. Enquanto a São Clemente, com o “Cordel da Galhofa Nacional”, caiu na segundona e na besteira de aceitar a censura do PT no delírio de atear fogo ao seu passado fingindo que governa. Tio Sam “se aliviando” numa das cúpulas do Congresso escandalizaria o público amante de Xuxa, tema da Caprichoso de Pilares, muito mal recebido pelos jurados que se irritaram diante do ícone infantil querido em contraste com um tratamento adulto exigível para a competição. Queriam o quê? Penetrar na cabeça dos pais e revelar segredos nunca dantes expostos em pleno desfile?

Pior mesmo foi a maldição da Portela, equiparada à maldição de Montezuma, o piriri causado pela comida mexicana. Rebaixou à 2ª divisão a Gaviões da Fiel, escola do Corinthians e de Lula, depois dela representar o samba de raiz perante os árabes na última viagem de mil e uma noites do presidente. Aguarda-se para o próximo périplo o convite à Mancha Verde, a escola do Palmeiras que ascendeu à primeirona.

Mais realistas do que o rei. Mas longe de se compararem a jurados. Adilson Gomes de Oliveira, ao julgar o quesito conjunto, além de não ter dado um único dez, sapecou notas baixas a três por dois. Alegou falta de criatividade num ano em que a pirâmide humana simbolizando o DNA da Unidos da Tijuca foi o ápice do orgulho da raça brasileira. Faltou fantasia no seu espírito de porco carnavalesco, com o tempo o pierrô apaixonado desiste de chorar pela colombina.

Mais uma vez a raça de jurados vitimou escolas ao interferir no resultado, atacando de tecnicismo a espontaneidade e a alegria de brincar da Império Serrano. E olha que não levaram em consideração o jogador Edmundo circulando pela Sapucaí para compensar seu ocaso, atravessando a evolução de todas as escolas como o bobo da corte, sem vestir a camisa de uma sequer. Envergava somente a camiseta de um plano de saúde, em autêntico deboche da Justiça, que o condenou em 1ª instância por direção perigosa ao vitimar 3 jovens incautos. Em flagrante desrespeito às vítimas de acidentes de trânsito, bateu de frente com o enredo da Mocidade Independente: “Não corra, não mate, não morra. Pegue carona com a Mocidade! Educação no trânsito".

Carnaval é brincadeira? Experimente ser dispensado pelo parceiro quando estiver no ponto. A fantasia não disfarça.

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

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