É FÁCIL
09 de Agosto de 2004
É mais difícil administrar o Estado de São
Paulo do que o Brasil de Lula, quem garante é José Serra,
confirmando a impressão deixada por FHC no primeiro ano de mandato,
quando afirmou que era moleza governar o país tropical. A soberania
com que os paulistas se investem de maiores e mais importantes, na
locomotiva que puxa os vagões, no sacrifício com que emprestam o seu
tirocínio para sustentar as demais províncias. Estimulando Maluf a
dar conselhos patrióticos a Lula de como adotar uma política de
juros não recessiva, baseado em sua larga experiência de depositar
lucros no exterior.
Venha governar a Cidade Maravilhosa para ver o que é bom pra
tosse. Quem sabe se não nos proporciona uma disputa emocionante com
Ciro Gomes, que namora a Patrícia Pillar e o Rio? Consulte sua
companheira tucana Denise Frossard, que teve uma arma encostada no
ouvido por um bandido que levou seu BMW, com toga, martelo e tudo.
Pensou haver chegado sua hora, o ajuste de contas de bicheiros que
ela condenou, causando o maior auê no meio. Depois de ter levado uma
rasteira, do alto de seus 380 mil votos para deputada federal, do
sempre vivo Marcello Alencar, que fulminou sua candidatura a
prefeita.
É preciso que o político pare com essa mania de
achar que tudo é fácil. Que governar é apenas uma questão de
inteligência. Tente andar no meio da rua ao sabor de balas perdidas,
enfrentar filas de posto de saúde e bancos, viajar em pé em ônibus
apinhados, encarar o empurra-empurra.
Difícil é enfrentar a superstição do povo de Casanova, no norte
da Bahia, que decretou feriado na primeira segunda-feira de agosto,
uma tradição de mais de 100 anos. Dá azar trabalhar no dia do
desgosto, pouco importa se carimba o folclore de que baiano não
gosta de pegar no batente.