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BRANCA DE NEVE
30 de Agosto de 2004

Em Alvarenga, município do Vale do Rio Doce, dois candidatos não mais poderão concorrer às eleições pois foram reprovados no teste da Branca de Neve, cuja finalidade era atestar a alfabetização.

“Branca de Neve era uma princesinha de cabelos bem negros, pele branca como a neve e lábios vermelhos. Ela morava com sua madrasta, uma rainha muito vaidosa e má.” O candidato tinha que copiar o texto e depois responder com quem Branca de Neve morava, qual a cor de seus lábios, quem era a princesinha e quem era vaidosa e má.

A Justiça Eleitoral enquadrou-os no analfabetismo funcional, “se não está em condições de copiar e entender uma literatura infantil clássica, quiçá terá condições de votar leis que tratam do orçamento, parcelamento do solo, impacto ambiental e planos de cargos e salários”. Se não conseguem extrair de um texto sentido lógico ou conclusão válida, o que não dizer no exercício de cargo eletivo?

Branca de Neve nenhuma pode derrubar candidato, basta apresentar declaração de próprio punho de que é alfabetizado. Palavras do advogado. O conteúdo do teste é um escárnio só, ainda mais se considerarmos que Branca de Neve e os sete anões decoram jardins como ícones de famílias respeitáveis que respiram sucesso.

Estão também a desconfiar de quem faz parte da raça negra, para poder fazer jus à cota de ingresso nas universidades. Causa estranheza encontrar filhos brancos de pais negros, ou se apegar a nariz e cabelo para invocar o orgulho da raça.

Se a moda pega, é melhor ir fundo e quebrar o sigilo bancário de candidatos às eleições, submetê-los a detector de mentiras quanto a contas no exterior, devassar até a quinta geração, investigar os amigos do rei, pobres e ricos, sem discriminar. E entre os plebeus, desconfiar de propostas de sociedade, de casamento e de ter um filho. Todo cuidado é pouco com as cobras. Lembrem-se de que tudo começa na alfabetização e acaba no caráter.

O que é a Branca de Neve, um clássico ou uma armadilha?

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

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