IGUALDADE ENTRE OS
SEXOS
09 de Maio de 2005
A Suécia conseguiu atingir o grau da
perfeição na igualdade entre os sexos no trabalho e na vida pública.
As mulheres ocupam 45% das cadeiras do Parlamento, comandam
metade dos Ministérios, um terço dos cargos de confiança no governo
lhes é reservado. Em nenhum outro lugar se faz tão presente no
mercado de trabalho e bem remunerada em comparação com o homem.
Desde que Ingmar Bergman levou o cinema às raias
de psicanalisar os relacionamentos por dentro do inconsciente,
demonstrando que de perto o inferno se encontra alojado no paraíso
do amor, nunca se viu nada de igual. Quatro em cada dez suecas já
foram agredidas por homens, seja por marido, namorado e qualquer
categoria de ex, já que a figura do amante foi abolida, em função do
amor ser livre.
Amor livre? Se do cardápio constam espancamento doméstico,
relações sexuais forçadas e constrangimento psicológico. Nada mais
natural o paradoxo num país tão evoluído. É justamente por melhor
protegê-la do ponto de vista legal que a Suécia propicia a reação
desses arremedos de homens sequiosos de escravinhas. Para deixar
claro de quem é a última palavra. Está para existir um império da
lei impondo regras de cima para baixo que consiga tirar o único
poder que ainda lhes resta. No sacrossanto lar.
Como são bons jogadores, arriscam apostando que algumas
permanecerão caladas para preservar sua imagem de fortes e
independentes, explorando o espírito de conciliação, o instituto da
esperança, o crédito em mudanças, a maternidade atávica e o alto
grau de adaptação a desvios comportamentais.
O mico da Suécia só não é maior porque as mulheres portuguesas
são mais espancadas: 50% contra 40%.