ESTELIONATO ELEITORAL
10 de Janeiro
de 2005
Observa-se uma evolução.
Começou no exercício
do poder: FHC escorregadio ao sabor das privatizações mandando esquecerem tudo
que havia escrito para bem governar desde que aumentassem seu mandato. Durante a
campanha: Lulinha Paz e Amor para reverter o estigma da derrota, pedindo calma
enquanto o Banco Central traça a economia de Palocci na hora que bem entende. E
agora o Cesar Maia antecipa o pontapé nos fundilhos do cidadão ao arregaçar as
mangas para tirar partido da falta de partido.
Nem bem foi empossado, já pode
renunciar. Numa manobra ardilosíssima do PFL, que o lançará candidato à
presidência, explorando sua imagem de prefeito vencedor no programa eleitoral do
partido em 2005. Repetindo a estratégia que quase deu certo com Roseana Sarney
se não fora o flagra da Polícia Federal no dinheiro da campanha esparramado numa
mesa. No mínimo, vale como uma carta na manga numa possível aliança com os
tucanos contra o mal comum. Cesar entraria de açúcar no restabelecimento da
política do café-com-leite: São Paulo de Alckmin com Minas de Aécio.
Coitado do Rio! Traído por Lula,
Garotinho e, agora, Cesar Maia. E o pior é que ele e a Rosinha foram eleitos
logo no primeiro turno. O Rio dirigido por um pinóquio, um garotinho e uma
rosinha, ninguém merece! Lembra o Pelé no carioca não saber votar quando se
associa à decadência no futebol rubro-negro, botafoguense, vascaíno e tricolor.
A cidade ficará acéfala, entregue à própria sorte, nas mãos da polícia.
“Não existe no Rio de Janeiro um
historiador, sociólogo, cientista político ou urbanista que conheça como eu a
história da cidade, do início do século XIX até hoje” - uma inteligência acima
da média ponderada dos políticos. Cesar jacta-se no frigir dos ovos de seu
terceiro mandato como prefeito numa cidade que se orgulhava de ser de oposição.
Diplomou-se na faculdade do Brizola,
fez curso por correspondência com Jânio, valeu-se da mesma fonte de créditos de
Lacerda, pediu a bênção de ACM e endossou seu nome para imperador da cidade do
Rio. Até tu, Brutus? No desprezo pelo eleitor, o escárnio de Nero, ao não
conseguir resistir a se oferecer como uma alternativa para o Brasil.
O que impressiona nos políticos é a
sua capacidade de primeiro pensar em si e depois no país.
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