RECOLHA-SE À SUA
INSIGNIFICÂNCIA
19 de Setembro de 2005
Foi assim que Severino advertiu Gabeira,
dos píncaros de sua glória. Julgava-se pronto para assumir a presidência
no caso de impeachment de Lula. Depois de Gabeira questionar sua
compostura e moral ao defender pena suave para os envolvidos no
valerioduto em virtude de o mensalão ser uma invencionice.
Dias piores virão para a democracia brasileira segundo arautos
que fazem apologia da privatização para acabar com a classe política.
Severino do xique-xique, recebedor de mensalitos do dono de um dos
restaurantes da Câmara para assegurar a manutenção do contrato, vê seu
prestígio no chão. E pensar que poderia ter sido o condutor do processo
de cassação de uma quadrilha de parlamentares nunca dantes vista. Se
tivesse ficado calado, quietinho no seu canto, ninguém o perceberia,
face à sua insignificância.
Como é que isso tudo pôde acontecer com
Severino? Não veio do Alto Sertão e passou necessidade para morrer na
praia!
Recolha-se à sua insignificância é do tempo do onça, em que
criança não dava um pio à mesa nem podia levantar a voz para os pais,
além de tomar a bênção e rezar pela mesma cartilha para reproduzir
ipsis litteris o conjunto da obra de seus progenitores. O verdadeiro
homem honra as calças que veste. Toma cachaça em tendinhas de beira de
estrada. Associa a tanga do Gabeira a homossexualismo. É do tipo que
fala grosso para uma oposição que fala fino enquanto em casa é a esposa
quem manda.
Iça sua bandeira e dá tudo para os amigos; para os inimigos, a
lei.