FEMINIZAÇÃO
21 de Março de 2005
A ONU informa: o governo brasileiro
precisa sair do estágio de fazer leis e passar para a prática,
acelerando a reforma agrária. Adotar medidas inadiáveis contra o
processo crescente de favelização. Os sem-terra e os sem-teto são o
resultado de uma discriminação histórica a negros e comunidades
indígenas e da marginalização dos pobres. Para acabar com as
desigualdades de acesso à moradia e à terra, urge redistribuir a
riqueza e mexer na organização fundiária. A estratégia do Movimento
dos Sem Terra de ocupar terras não-produtivas se tornou imperiosa
para pressionar politicamente a regularização dos assentamentos.
A conseqüência é a feminização da pobreza no país no comando de
famílias, ou partindo sozinha em busca do emprego, às vezes no
exterior, constituindo-se na principal fonte de renda que alcança
pais e colaterais. Trazendo à tona uma das primeiras novidades do
século XXI vinda do distante Japão: a recusa ao papel tradicional da
mulher em casar, cuidar dos filhos e, pela tradição nipônica, dos
sogros, optando pela carreira. Vestiu a camisa de uma sociedade que
busca eficiência e capacidade para ver seu valor reconhecido e pediu
demissão do marido.
Só falta agora retirar dos ombros da mulher o
ônus da reprodução, o que faz crescer a suspeita de que as
geneticistas irão se vingar e, um dia, fazer o homem engravidar. Um
absurdo que, diante do avanço tecnológico, torna o sonho em
pesadelo, dependendo do sexo onde você se encontra.
O que só comprova que otimismo e pessimismo podem trocar de
papéis quando bem entenderem. O homem deitado no seu berço
esplêndido de privilégios passados não está vendo a banda passar.