PROMISCUIDADE
25 de Julho de 2005
O PT foi para o pelourinho. Quis fazer uma
Revolução Francesa de princípios e métodos e acabou como Robespierre -
na guilhotina. Todos sabem que o caixa 2 é prática comum no
financiamento de campanhas eleitorais, mas a vida inteira o PT disse que
era diferente dos outros. Não precisava era o Lula dar mais uma
forcinha, acabando por se auto-arrolar como testemunha a favor de
Roberto Jefferson, que se tornou famoso ao declarar que não existe
ninguém melhor do que ninguém quando se pisa o tapete vermelho do
Congresso eleito.
Trabalhar com a verdade é muito melhor: a desgraça da mentira
é que, ao contar a primeira, você passa a vida inteira justificando-a.
Cada vez se aposta mais alto em marketing para
vencer eleições e em propaganda institucional para alardear o governo,
onde se embute no preço a possibilidade de comprar casas em condomínio
ou à beira-mar, adotar uma grande família, e até cavalos. Extremamente
complexo auditar a justeza do preço contratado e as peculiaridades da
promoção de eventos. Quem já casou ou comemorou bodas de ouro sabe o
quanto custa uma Xuxa, um Dado Dolabella para dançar em bailes de
debutantes, ou ganhar um axé de baianos que não se cansam de dar
selinho.
Pois Mala Valério consegue até que seus contratos de
publicidade com estatais sirvam de garantia para aceitar o papel de
tomador de empréstimos para suprir o caixa do PT, com juros favorecidos.
Só falta confirmar que essa é a fonte do mensalão. A
promiscuidade fala por si própria.