Jornal duGaio

 O editor

 Contato

 

Arquivo Croniquetas

 

Arquivo de Crônicas

Crônicas da semana

Série Espiritualidade
Série Desconstruindo o Homem
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Rússia

 

Este site está se mudando para

www.jornaldugaio.com.br

Clique aqui para ser direcionado ao novo site, e veja os novos recursos e conteúdo.

Desculpe o transtorno e obrigado pela compreensão.

 
VIROU UMA SENHORA
26 de Setembro de 2005

É quando vira uma matrona e assexuada. Não se trata de simplesmente engordar. Isso, um regime e ginástica resolvem, basta dar conta de emagrecer, ou então, casar sua figura com personalidade diante do espelho e seguir em frente.

Senhora no passado vitoriano eram as avós, ou esposas, para deixar claro a opção feita pelo casamento, na obediência ao marido, mantendo os gaviões à distância ao impor respeito.

Hoje em dia virar uma senhora é perder o interesse em ser mulher. Mulher que vai à luta, paquera e seduz não se encaixa no perfil passivo de senhora. Virar uma senhora é perder a capacidade de inspirar desejo no homem.

É quando baixa a cabeça e se considera na fase de esperar netinho, afinal as filhas já cresceram e agora é a vez delas! Dá preguiça esperar homem e nem ter a certeza de que ele a quer. Virou tia por não colecionar filhos e sim sobrinhos. Desistiu do companheiro. Se casada, vai boicotar o marido caso ele se aventure em entrar em contato com novas amizades, outros ambientes, grupos que só desejam se divertir. Certamente irão abalar o casamento arrumadinho.

A mulher que virou senhora já é entrada nos 50 anos, o que não impede que aos 40 invada o terreno, quando antecipa a menopausa no plano mental. Em estado de choque, constata que não mais atrai, ninguém se interessa por ela, apenas ouve fiu-fiu de feirante ou operário de obra. Figuras típicas de museu de cera são as de 30 que já nasceram velhas e confundem senhora com madame.

O supra-sumo da senhora é a que, nem bem desperta, já se retira do banheiro de cabelo escovado, maquiada, salto alto e vestida a caráter. Bem personificada na senhora Lu Alckmin, em treinamento consciente para primeira-dama do país.

A mulher que virou senhora virou as costas para o sexo. Começou a cobrir o corpo, evitando decotes e algum recanto saliente, a pretexto de esconder as banhas que se infiltram pelos culotes, espraiam pelas ancas e quadris, acumulam-se nas batatas dos braços, quando não se transformam em mamas de leite. E deixam de amar, entregando os pontos.

A caminho do islamismo, se perde dentro dos véus em nome da família, da tradição e dos bons costumes. Um papo que não leva para a cama. Se interessa por generalidades e se embaralha no seu destino. Vira careta. Esvai-se o brilho. Não arrisca. Abusa de subterfúgios. Embagulha ao se desleixar.

Que homens são esses por quem elas se enamoraram ao longo da vida? As senhoras permitiram que eles se firmassem às suas custas, inocentes à ardileza da manipulação, afinal, exibi-las é uma magnífica credencial, todos as respeitam. O orgasmo perdido no infinito é o preço pelo relevante serviço de dar-lhes substância.

A frigidez se transforma em espantalho para a senhora que se refugia na maternidade de seus descendentes. Ou sai em busca de homens que antes julgava não estarem à sua altura e esnobava. Perde a vergonha na cara e antecipa a próxima encarnação.

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

Clique e saiba mais sobre o

livro

 

Crônicas da semana Série Espiritualidade

Série Desconstruindo o Homem

2007

2006

2005

2004

2003

2002 2001

2000

Rússia

© 2007, Jornal duGaio - Todos os direitos reservados.

Projeto e desenvolvimento - Wagner J. Pereira e Ana Carvalho.