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VITALIDADE DE PICASSO
29 de Agosto de 2005

Picasso era energia pura. Einstein deveria ter desenvolvido uma teoria de relatividade específica que explicasse a associação de sua criatividade com a vitalidade e energia sexual demonstrada ao longo da vida em sua vasta obra.

Assim como Ícaro deu tratos à bola aos inventores do avião, Picasso inspirou o Viagra. Confirmando a teoria do funil de que só alcançam o panteão dos deuses alguns poucos extraordinários homens. Sua façanha chega a ser inacreditável porque passou pelo funil vestindo seus quadros de cubismo, ininteligível se vistos sob as cores e luzes do impressionismo ou simplesmente pirante para quem deseja transgredir esse mundo careta que insistem em legar geração por geração.

No cortejo de relacionamentos que Picasso gozou e sofreu, duas mulheres se suicidaram depois que ele morreu em 1973. Marie-Thérèse Walter, modelo do artista no fim dos anos 20, enforcou-se em 1977 e Jacqueline Roque Picasso deu um tiro na cabeça em 1986.

Jacqueline trabalhava na loja de uma olaria onde Pablo Picasso modelava suas famosas cerâmicas. O pintor, casado com Françoise Gilot, via seu relacionamento descer ladeira abaixo. Pulou a cerca em 1954 mas, até se apartar da antiga família, passaram-se sete anos. Tornou-se musa do pintor em sua velhice, sendo retratada mais de setenta vezes. Junto ao marido moribundo, lastimava-se: “não, ele não pode fazer isso comigo...”. Ele no leito, com 92 anos, e ela somente com 46, mergulhada em profunda depressão.

O neto do artista, Pablo, também se suicidou, na manhã do enterro do avô. Picasso havia se casado com a bailarina Olga Khoklova em 1918 e separado em 1935, tendo ela enlouquecido posteriormente. Aos 24 anos, Pablo viu-se impedido de assistir às exéquias do avô, devido a ordens de Jacqueline de não querer parentes no funeral. Arrasado, bebeu uma garrafa de água sanitária, vindo a morrer três meses depois.

Suicídio como mérito a Picasso, por enlouquecer de amor suas mulheres. E demérito, por enlouquecê-las em função do que aquele amor provoca e sentir falta quando ele se vai. Não ser mais seu. Quando ele morre. Picasso.

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

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