OS MENINOS DE LULA
02 de Outubro de 2006
Rir para não chorar.
A escalação de um dos núcleos de inteligência da campanha de
Lula é a seguinte: um churrasqueiro com nome de chuveiro, que, nas horas
vagas, cuida dos pepinos de Lurian, filha do Lula; um expedito que é
diretor do Banco do Brasil; um Bargas, que não é Vargas; Hamilton, o
braço-direito do Mercadante, mais um a não saber de nada. O próprio
exército Brancaleone. Com amigos assim, você não precisa de inimigo. Era
impensável uma lambança maior do que a de Palocci e Zé Dirceu - se é que
ele não está por trás. Se continuar assim, o Lula, para provar que não
sabia de mais uma armação, terá de pedir desligamento do PT e o
trabalhador perder mais uma oportunidade de mostrar ao patrão que é
capaz de tomar conta do conjunto de negócios que hoje em dia se chama
país.
Se metem os pés pelas mãos quando Lula está por
ganhar, imaginem se FHC fosse o rival! Num instante iam arrumar um filho
de contrabando como Collor fez com Lula. É insaciável a conquista do
poder por gângsteres de dossiês que desestabilizam um regime de
liberdade e desencavam fantasmas como o de Gregório Fortunato e
Watergate, trazendo à tona o golpe ou a demissão do operário-presidente.
Os vermes não cansam de sugar as nossas entranhas nos porões da atual
democracia brasileira.
Assim como a Polícia Federal de FHC exibiu a dinheirama da
campanha de Roseana Sarney em 2002 para inviabilizar sua candidatura, a
Polícia Federal de Lula usou de dois pesos e duas medidas para não melar
a candidatura do presidente.
A honestidade do PT já foi alvo de admiração até dos virgílios
da vida. Os pefelistas, de organização cartorial, nunca tiveram um
projeto que mudasse a face do país. Assim como eles, os tucanos passaram
batido pela jogatina da privatização em que os interesses da nação foram
sucateados. De repente, descobriram que o PT não lava mais branco. Pior,
choveram acusações de assassinatos de prefeitos e compra do Poder
Legislativo sobre as cabeças coroadas de uma camarilha que sujou o nome
da esquerda. Pior, o ministro da Fazenda invadiu o sigilo bancário de um
caseiro que denunciou a República de Ribeirão Preto.
Ora, se já tinha sido difícil aturar um Palocci muito melhor do
que Malan do ponto de vista neoliberal, a ordem agora é fuzilar essa
malta que usa o Bolsa-Família como voto de cabresto. Irritados com a
falta de capacidade cognitiva do povo, terão que avaliar,
maquiavelicamente, se é melhor submeter Lula a um terceiro turno ou
fazê-lo sangrar por quatro anos até que se elimine essa raça da esquerda
que insiste em luta de classes ou em regime de cotas para universidades.