O FIM DO MUNDO
03 de Abril de 2006
Com o restabelecimento das eleições
diretas para presidente da República surgiram o indômito Collor, o
arquivo morto PC Farias e a Zélia do confisco exilada em Nova Iorque.
O fim do mundo principiou no assassinato do prefeito de Santo
André e continuou nas defenestrações de Cristovam Buarque, Benedita da
Silva, Frei Betto, Genoino, Delúbio, Gushiken, Zé Dirceu e Palocci. Sem
contar a desmoralização de João Paulo Cunha.
Com a gestão neoliberal da economia, Palocci
chegou a superar o passado político de que Zé Dirceu tanto se orgulhava,
tornando-se o pilar fundamental do governo Lula, graças ao sucesso
obtido nas elites, que o classificaram de o melhor ministro da Fazenda
de todos os tempos.
Mas Zé Dirceu não enfrentou o constrangimento por que passou
Palocci, desmoralizado pelo caseiro que o flagrou freqüentando uma
mansão de lobistas - parceiros antigos -, a ponto de perder a cabeça e
quebrar o sigilo bancário do cidadão. Até porque negou o tempo todo o
envolvimento com o episódio.
O PT não poderia errar em matéria de conduta, o próprio Lula
avisou desde o início. Devagarinho, como diria Martinho da Vila, o
Brasil vai derrubando a crença na impunidade e o Lula vai ficando
sozinho. À mercê dos chacais que venderam a maior parte do Brasil,
sumiram com o dinheiro da privatização e agora posam de arautos da
verdade e da justiça.
Recomendam algemar Palocci e jogá-lo num camburão a pontapés,
vesti-lo com uniforme de presidiário, tamanhos os pecados que recairão,
por várias gerações, sobre eternos companheiros, mais que irmãos, que
nos levaram a essa crise ética e moral que começou com o escândalo do
mensalão. Agora é a hora de apurar tudo até o fim.
A não ser que Lula peça para sair e desista da reeleição.