LUGAR DE LADRÃO É NA
CADEIA
04 de Setembro de 2006
A eleição não é para decidir quem é o
melhor candidato e sim o mais ético. O mais ou menos honesto. Quando o
que devia estar em jogo é o modelo de concentrar renda e riqueza dos
tucanos contra o modelo assistencialista da outrora esquerda. O retorno
à política econômica de FHC ou o alongamento do perfil do Bolsa-Família
e a queda do preço da cesta básica. O que está em pauta é se não
aconteceu nada além do que a corrupção normal da política brasileira ou
lugar de ladrão é na cadeia. Se antes havia um certo charme da burguesia
em roubar, agora banalizaram a coisa toda.
Num canto do ringue, Lula e o PT surpreendem, com sanguessugas
e vampiros à sua volta, Palocci e a violação do sigilo bancário do
caseiro, na boa companhia da quadrilha do mensalão. Do outro lado, a
falta de memória com a privataria que vendeu as estatais a preço de
banana e nem por isso a dívida externa parou de crescer. A prisão de um
presidente do Banco Central por conta de uma desvalorização cambial que
reelegeu FHC e enriqueceu Cacciola, que fugiu do país.
O que é pior? A cúpula do PT ter sido posta pra
fora depois de se arrogar campeã da ética por 25 anos ou o governo de
São Paulo medir cada passo com medo de incentivar mais um dia de fúria
do crime organizado?
“Não gostamos de ladrões”. Soa, no mínimo, anacrônica a
indignação de ACM.
Com a política de “a gente faz com quem tem, não com quem
quer”, Lula deu motivo para os arautos da moralidade crescerem em cima
dele.