GRANDE NEGÓCIO
06 de Fevereiro de 2006
Depois não entendem porque Lula se
recuperou nas pesquisas. Seus algozes, tucanos e pefelistas, firmaram um
acordão para blindar o passado e apagar os vestígios de Marcos Valério
nas campanhas eleitorais das Minas Gerais, quando foi aprovado no
vestibular para lobista. Uma troca na proteção a reféns do caixa dois,
que passou a significar mensalão. Salvar agora o Brant, ex-ministro de
FHC, para depois inocentar Eduardo Azeredo, ex-governador das Alterosas.
O importante é que nada respingue na
campanha de Serra ou Alckmin, a fim de entrarem limpos e de cabeça
erguida na escalada para presidente, com o discurso de que o país não
deve mais dar espaço para ladrões. Ninguém poderia esperar que o PT
entregasse o seu maior patrimônio - a ética -, servido na bandeja pelo
garçom Delúbio. Portanto, não entra na cabeça de nenhum tucano
desperdiçar uma oportunidade como essa. A inteligência de oportunistas
seria posta em questão, causando um estrago proporcionalmente maior do
que o escárnio promovido por eles a respeito da cultura de Lula.
Nem tiveram escrúpulos em sacrificar o
colega de partido Fruet, destaque na investigação das maracutaias
petistas, que acabou se queimando também ao abrir mão de suas
prerrogativas no conselho de cassação. O argumento utilizado para não
cassar Brant é a consciência de suas qualidades éticas, a saída dele não
melhora a Casa. Pelo contrário, piora.
Rola um clima de fastio depois de se banquetearem às custas de
Zé Dirceu. Como ele caiu de pé e continua a viajar de primeira classe, a
antropofagia é de causar inveja aos índios que traçaram o bispo
Sardinha. Engraçado... se por demais explícita a solidariedade entre os
seus pares, a promiscuidade não se segura nas tamancas, põe a cabecinha
de fora.
A extensão da moral só vai até onde o delito alcança os seus,
aí funciona o espírito maçônico em prol do interesse maior: jantar o
Brasil.