VIRULÊNCIA
10 de Abril de 2006
Um caseiro demite um ministro. Depois do
mensalão, Lula é obrigado a dispensar a segunda maior autoridade da
República por quebrar o sigilo bancário de um trabalhador que afrontou o
fiador de uma economia tão ao agrado de banqueiros.
“Ninguém está acima da lei, ninguém está acima da quebra de
princípios éticos e morais.” A OAB, tão implacável na defesa do Estado
de direito e das prerrogativas democráticas, não sabe discernir o bom do
mau advogado nem sanar as inúmeras dúvidas do cidadão comum sobre o
exercício da advocacia.
O ministro da Justiça Thomaz Bastos é a bola da
vez.
Ah... está faltando o Okamotto, o amigo de Lula que cobre os
buracos do seu endividamento pessoal. Quem sabe se o dinheiro não veio
do valerioduto?
Com a escolha do adversário de Lula, as retaliações
principiaram por quem engavetou mais de sessenta CPI’s. Além do bom
gosto de Alckmin de ter a seu lado uma primeira-dama elegantíssima que
não paga pelo que veste. Para depois fazer caridade com grife.
Nunca um governo foi tão investigado. A virulência sinaliza que
não haverá paz depois das eleições. Se Lula ganhar, a oposição não
ficará satisfeita enquanto não tirá-lo do poder. Se Lula perder, o V de
vitória se transformará no V de vingança.
Pois se já querem cassar Serra por passar cheque sem fundo para
o eleitor paulistano, por ter afirmado que não deixaria a prefeitura se
eleito fosse, firmando a promessa no papel. Se Palocci mentiu, Serra
também: sua campanha para governador começou no dia primeiro de abril.
“Ter palavra é tudo na política”, lamenta Mercadante, saudoso
da esperança de que Lula, como operário que chegou à presidência,
mudasse a mentalidade da classe dirigente do país.