O ÍNDIO
15 de Maio de 2006
Pior do que a greve de fome do Garotinho
seria uma guerra entre Brasil e Bolívia, conforme os tucanos instigaram,
saindo pela primeira vez de cima do muro. Nada como o poltrão do Lula
para irritá-los com essa mania de chamar todo mundo de companheiro,
tapinha nas costas e outros que tais, alardeando a auto-suficiência de
petróleo para depois ser apunhalado pelas costas pelo Índio.
É prática generalizada na América Latina, do México à
Argentina, que a raça dos homens adora cantar de galo por essas plagas.
Para mostrar que tem aquilo roxo, conforme os jornais bolivianos
noticiaram, até com conotações sexuais, que Lula cedeu e se submeteu à
Bolívia.
Num planeta cada vez mais globalizado, até a
guerra terá de ser extinta, na medida em que ela entra pela TV e sai em
nossos lares escancarando como ainda somos bárbaros.
Entre cortar o fornecimento de 75% do gás ao país São Paulo e
a Petrobras ser responsável por 20% da geração de riquezas da Bolívia,
não cabem mortos como entre americanos e iraquianos. Não cabem soldados
nas instalações da Petrobras a evidenciarem um ato de confisco. Não cabe
jogar a história da pilhagem da prata e do estanho da Bolívia nos cornos
do operário-presidente só porque ele representa o imperialismo
brasileiro perante os olhos majoritariamente índios que estranham a alma
brasileira. Confusos, sem saber se somos Davi ou Golias.
Quando dependemos de negociação para pôr termo à era da
espoliação como regra de boa convivência. Até no rodar a bolsinha esse
princípio prevalece. É bem verdade que a Bolívia está cercada de
hermanos muy amigos, Chile e Peru não lhe concedem não lhe concedem
uma saída para o mar. Mas virar as costas para o Brasil seria um
contra-senso para um país que já é isolado na América do Sul e, em seu
lendário, um povo que vive no altiplano mascando folhas de coca.
Evo Morales foi eleito com a bandeira de nacionalizar as
reservas de petróleo e gás e acabará por desencadear uma campanha no
Brasil de “o gás é nosso” para se livrar da dependência estrangeira e
incentivar a pesquisa em toda plataforma continental - há males que vêm
para o bem.
O boliviano em busca da auto-estima para se sustentar vergou o
pau da bandeira brasileira. Nada que não dê para consertar.