Depois do
mensalão virar símbolo de um projeto de manutenção de poder quando compra o voto
ou a legenda e viola a democracia, surgem os sanguessugas que arrancam propinas
no superfaturamento de ambulâncias, comprometendo mais uma vez a imagem de um
Congresso exaurido por tantas CPI’s envolvendo o governo Lula. Na lata, crime
organizado.
O crime
organizado está num ritmo e num grau que a sociedade não consegue acompanhar. O
problema não está só dentro da prisão, a reposição é permanente, tem muito
candidato à criminalidade. Num desafio aberto ao Estado.
A
terceira maior cidade do mundo comemorou o Dia das Mães refém do crime
organizado, quando o governo transferiu oito chefes da maior facção criminosa -
o PCC - para um presídio de segurança máxima enquanto concedia indultos a 12 mil
presos para matar as saudades da mãezinha. Dos celulares dos chefões partiu o
comando para um verdadeiro exército terrorista caçar policiais dentro de suas
próprias casas, jogar bombas nos fóruns e estações de metrô, matar bombeiro e
guarda florestal, deixando em pânico os policiais de plantão. Até tacaram fogo
num delegado de Jaboticabal depois de enrolá-lo num colchão.
Os
bandidos em São Paulo estão adorando o status de terroristas, orgulhosos do
feito alcançado. Uma grande jogada que deixou o poder público com as calças na
mão, obrigando os gestores de Alckmin a negociar um acordo para o cessar-fogo. A
globalização conectou o mundo e glorificou Osama bin Laden como o papa do
terrorismo. Homens-bomba, a inspiração para se assassinar mais de 40 policiais
paulistas em emboscadas ou diante de seus próprios parentes e amigos.
Urge
somar todos os recursos de inteligência e repressão, mas os governos estaduais
assumem uma soberba que inviabiliza qualquer cooperação federal no combate ao
crime organizado, enquanto Lula ainda não construiu os presídios de segurança
máxima previstos para segregar os comandantes do banditismo. Num compasso de
espera que revela a dúvida: o que é que vem primeiro, investir em educação ou
aumentar o número de jaulas?
O ovo ou
a galinha?