GRAZIE, MATERAZZI!
17 de Julho de 2006
Materazzi, o grande herói italiano da
Copa. Não tem pra Cannavaro, Pirlo nem Buffon. Temperamental, sempre de
cara amarrada, chegou a cortar relações com o pai por mais de dois anos.
Reserva de Nesta - zagueiro infinitamente superior que se contundiu
contra a República Tcheca -, entrou no seu lugar e fez o gol que
classificou a Itália para a fase mata-mata. Prejudicou o time ao ser
expulso contra a Austrália, mas a Azzurra se safou com a ajuda do
pênalti inexistente marcado pelo árbitro no último segundo.
Embora tenha causado o pênalti que Zidane cobrou
magistralmente, logo a seguir igualou o placar com um gol de cabeça.
Materazzi foi o carrasco da França. Não importa se xingou a mãe de
Zidane ou o tachou de terrorista, o fato é que provocou com esperteza a
décima segunda expulsão na carreira de Zizou. Abalando psicologicamente
os franceses na cobrança de penalidades que decidiu o título e enchendo
de moral os italianos, que converteram os seus com absoluta segurança -
Materazzi dentre eles.
E nós ainda estamos reclamando do apagão de
Ronaldinho Gaúcho e das abobrinhas do Cafu. O bicampeonato estava ao
alcance das mãos de Zidane, mas o gesto primitivo da cabeçada nos peitos
de Materazzi lhe renderá arrependimento eterno. O que dizer para os
filhos da França?
Quem foi que disse que o Brasil não foi vingado? Virou freguês,
mas a França tomou na tarraqueta.
|