Enquanto Lula vai se descartando, um a um, de seus
companheiros aloprados do PT, os tucanos agora
renegam a privatização. Como um amor que perdeu a
validade, a privatização é uma página virada -
Geraldo garante, negando FHC e sua principal
realização.
Lula passa a pautar o programa de governo de
Alckmin. Impressiona a reticência dos tucanos em
assumir que a privatização, apesar dos bilhões
arrecadados, não pagou a dívida externa e ainda a
aumentou. Como se não bastasse, as reservas
monetárias caíram a níveis de falência.
Para onde foi o dinheiro? Até hoje aguardamos uma
conferência a respeito. Mas se isso não é roubo, do
que pode ser chamado? Sanguessuga ou vampiro? Não, é
o decantado choque de gestão. A culpa é da Polícia
Federal que não tirou a foto na época.
Não que se discuta, muito menos agora, se a
privatização cabia ou não no processo de
modernização para inserir o Brasil na globalização
que o pós-comunismo exigia para afirmar a vitória do
capitalismo. Se o celular resolveu a
indisponibilidade do telefone fixo e o Estado não
tinha como dar conta de investir na infra-estrutura,
não tem leiloeiro que explique o preço de venda da
Vale do Rio Doce, incluído o subsolo: um módico mês
de faturamento. Agora já morreu Neves para ir atrás
de quem bateu o martelo.
Choque de capitalismo? As raposas da privatização
montaram um esquema secreto de desapropriação do
Estado para fundar uma outra sociedade, com grife e
menos proletarizada. Confundem assistência social
com caridade e esmola, além de se recusarem a
cumprir estágio em comunidades carentes para não
meter a mão na merda da miséria e ver o que é bom
para a tosse.