GANHAR E DAR ESPETÁCULO
26 de Junho de 2006
No Japão, iniciamos sem um time definido,
sequer armado, com um técnico temperamental e arrastando pesadas
derrotas colhidas nas eliminatórias, para ganhar a Copa de 2002. Calando
a boca dos detratores de Rivaldo e ungindo Ronaldo como Fenômeno.
Em 2006, viemos com uma equipe considerada como alienígena que
acumulou vitórias e títulos humilhando a Argentina na América do Sul e
na Europa, com o melhor do mundo Ronaldinho Gaúcho. Sob a expectativa de
ganhar e dar espetáculo.
Mas o que vimos até agora é a crônica da morte
anunciada, tantos são os furos na soberba do espetáculo. Queimar a
língua é o que menos importa se a alma não é pequena em sendo de
torcedor. Se a idade pesa na qualidade dos laterais Cafu e Roberto
Carlos, se Dida ainda não aprendeu a sair do gol, se Lúcio é um doido
varrido quando avança como zagueiro, se Ronaldinho Gaúcho vem tomando
aulas de ginástica com Daiane dos Santos, se Ronaldo é um peso morto, se
Kaká está sobrecarregado de funções, está na hora de Parreira entrar em
campo.
A única vantagem é a Argentina ter se tornado a favorita ao
título, desviando o foco do pesadelo que paira sobre nós do Ronaldo
afundando o Brasil.
De que serve disputar a Copa com o reconhecimento de ser o
melhor do mundo? Isso foi grupo do Maradona, a alta malandragem portenha
não se cansa de “batizar” a água que bebemos. Funcionou a praga. O leite
azedou e o doce do espetáculo dançou. A carreira de Ronaldo se encerrou
tal como o craque da mídia desejava. Diante do maior público do planeta.
Encontramo-nos perdidos. O avião teve de fazer pouso forçado
para botar os pés no chão, apertar uns parafusos soltos e alinhavar uma
equipe para nos tirar do desastre que se avizinha. A seleção precisa ser
mais espezinhada, vejam como Lula dá espetáculo e cresce nas pesquisas,
em igual proporção a que é xingado de bêbado pelos seus inimigos.