O PASSO DO ELEFANTINHO
27 de Março de 2006
O rebolado de escárnio da deputada Ângela
Guadagnin pisoteando a dignidade e a ética do cidadão.
Quando salvou da guilhotina mais um coleguinha, não se conteve.
Tentou imitar Ronaldinho Gaúcho, que dá show de bola e é o nosso Pelé.
Seu corpo maltratado pela devoção à liturgia do Congresso tornou o
saracoteio ridículo, porque absolve os companheiros petistas, bem como
os demais de outros partidos, como vingança contra essa história de
mensalão, inventada para prejudicar o governo neoliberal de Lula.
Quebra de decoro sim, menos pelo “Passo do
elefantinho” - a música inesquecível de Henry Mancini -, e mais por ela
pertencer a um Conselho de Ética e dar linha para o corporativismo e
impunidade, no auge da comemoração que menosprezou e desdenhou a
consciência do eleitor, degradando a democracia, ao confirmar as
previsões do agourento Delúbio de que tudo iria terminar como uma piada
de salão.
Daqui para frente Ângela terá que controlar esse instinto, por
ser uma mulher de idade, conforme ela própria reconheceu. Sua felicidade
ao sabor de pizza se transformará em lágrimas de crocodilo ao gravar na
nossa retina a imagem da perda da reputação da grande família petista.
O filósofo Pelé afirmou que o brasileiro não sabia votar
durante a ditadura militar, mas é o PT que não estava preparado para
assumir o poder, tamanha a vocação para o suicídio, de prefeito
assassinado a mensalão, de fome zero a neoliberalismo, de Zé Dirceu a
Jefferson.