QUEM PODERIA ESPERAR?
27 de Março de 2006
O Collor, como caçador de
marajás em eleição consagradora, ser posto para fora do Palácio do
Planalto, com aquela pose de Mussolini?
Luiz Eduardo Magalhães, filho do ACM, na
presidência da Câmara, morrer surpreendentemente quando seu pai reinava
como primeiro-ministro no governo de FHC como rainha da Inglaterra?
Partindo o casco da embarcação que os aproximava do paraíso encantado do
poder.
A locomotiva do Sérgio Motta descarrilhar e levar para o túmulo
os segredos de uma avassaladora privatização que não gerou um
crescimento na economia que justificasse o entusiasmo depositado?
O Lula vencer na quarta eleição consecutiva para presidente,
quando já se julgava que a insistência e a perseverança era só o que
restava na vida do operário?
O Zé Dirceu afundar que nem um titanic em fração de meses,
depois de um percurso político que o fez sonhar em ocupar o mesmo lugar
de Lula?
O caixa dois engolfar o PT e reduzir a pó o seu maior orgulho -
a ética -, trazendo no seu embornal o mensalão e a compra de votos que
conspurcaram a democracia tão maltratada pela ditadura militar que tanto
combateu?
E ainda tem gente que nutre um pessimismo crônico quanto ao
destino do Brasil, quando é tamanha a sua capacidade para se
auto-renovar com “aqui se faz, aqui se paga".