CONEXÃO TROTSKI E CHE
GUEVARA
22
de Outubro de 2007
Trotski e Che Guevara
desempenharam papel essencial à frente do comunismo
na luta contra a classe dos proprietários e eram
considerados como autênticos sucessores de Lênin e
Fidel Castro.
Tanto no comunismo
soviético quanto no cubano, estabeleceu-se uma
disputa sobre os rumos que a Revolução Socialista
deveria tomar, enquanto fenômeno internacional.
Trotski defendia a doutrina da “revolução
permanente”, o comunismo só triunfaria na União
Soviética com a exportação da Revolução Comunista,
isolada que estava do resto do mundo. Stalin
sustentava a tese do “socialismo num só país”, o
comunismo deveria vencer primeiro na Rússia. Se
tentassem exportar, dariam o troco e a URSS
desapareceria. Em 1927, o embate acabou, na disputa
da tese, Trotski perdeu o Comissariado e a guerra,
sendo expulso do Partido Comunista e deportado para
a Turquia em 1929.
Che Guevara perdeu espaço
ao entrar em conflito com a ideologia comunista
atrelada à União Soviética, Cuba dependia
economicamente do ouro de Moscou. Retirou-se em 1965
para propagar a utopia de uma sociedade sem classes
em outros continentes, cujo rastilho já se espalhava
em 60% do globo terrestre. Na África, converteu-se
num subversor das ordens emanadas pelos russos,
interessados em deter um confronto com os EUA de
rachar o planeta.
Trotski era incansável em
apontar defeitos na burocracia do partido que
cerceava a liberdade de seus membros e reprimia a
crítica legítima. A burocracia decapitava todo
espírito independente para ela mesma se preservar.
Expropriados a antiga aristocracia, os banqueiros,
os proprietários de terra, os donos de pequenos
negócios, a caça às bruxas, no afã de eliminar
contra-revolucionários, golpeou indiscriminada e
arbitrariamente todos os componentes da sociedade
soviética. Com a execução dos últimos oponentes
bolcheviques, faltava Trotski, sentenciado à morte,
à revelia, por complô armado do exterior para
derrubar Stalin e a seu autoritarismo. Em 1940, foi
assassinado no México, a golpes de martelo de
alpinista na sua cabeça.
Tampouco Che Guevara teve
sorte diferente, Fidel Castro lavou as mãos, deixou
que seguisse seu destino e caísse nas garras da CIA
e do exército boliviano, fato esse sonegado ao povo
cubano. Hoje, Che é muito menos lembrado pela defesa
de dogmas marxistas e no comando da luta armada e
mais por ter dado sua vida por ideais, se
sacrificado para morrer em total miserabilidade,
cuja imagem que ganhou o mundo, nas mãos dos
verdugos, foi associada a Jesus Cristo.
Em contraste escandaloso
com a sociedade atual, pragmática e sem grandes
convicções, tornou-se um mito que não pára de
crescer. Onde existe um protesto, seja qual for, lá
está a figura de Che, como se fosse um santo
milagroso. Virou um personagem literário, obra de
ficção, melhor do que Trotski, esquecido, até
arrancado do álbum de figurinhas carimbadas dos que
professam fé inabalável no comunismo em proletarizar
a sociedade.