NEM DAS PROFUNDEZAS O
BRASIL SE EXPLICA
12
de Novembro de 2007
Louve-se o esforço que
Lula fez para ser aceito pelas elites.
Sob o choque de gestão de
um presidente-operário, o Brasil ingressou na elite
dos dez maiores produtores de petróleo e gás no
mundo. Atrás da Venezuela, a nona colocada, logo
agora que Chávez foi eleito como um dos mais sexy
por aquelas bandas. Como há gosto pra tudo, em boa
hora encontramos gás, quando Evo Morales já tinha
expulso a Petrobras da Bolívia e estávamos a
mendigar, quase empreitando um novo gasoduto que
iria dar na Argentina.
O óleo leve, de maior
valor comercial, aumentará as nossas reservas em
cinco vezes o nível atual e sua exploração, entre 5
e 7 mil metros de profundidade, a 250 km da costa,
exigirá da Petrobras um padrão de tecnologia
dominada por poucos. O Brasil na ponta, empalando os
pessimistas.
Em breve, Lula abandonará
o surrado boné do MST para se vestir de xeique e
posar de magnata. Graças ao ditador militar Geisel,
que iniciou, a duras penas, o esforço concentrado
para alcançar a auto-suficiência, ao mapear o fundo
do mar e entregar a pior parte para o capital
estrangeiro explorar.
Onde não plantando, tudo
dá e queima uma das bandeiras da esquerda
incendiária, que não consegue fazer a leitura de um
país que detesta se repetir e contrariar todas as
ideologias, depois que passa a moda.
Bem como não agrada aos
testas-de-ferro de corporações estrangeiras. Não
interessa investir no setor de petróleo no Brasil,
se à Petrobras é reservado o melhor quinhão do
latifúndio. O governo é estatizante e contra a
abertura de mercado.
Em pleno curso, o choque
inevitável entre o poder imperial de grupos
empresariais à cata de minas de ouro com a soberania
dos países. No meio, o inusual Brasil.