REENCARNAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PODER
7 de Janeiro de 2008
O Dalai Lama avacalhou com a reencarnação e o
budismo, por extensão. Quer que a população tibetana decida se deve
reencarnar num menino, depois de morrer, conforme reza a tradição. Face
à pressão da China que deseja controlar a seleção do futuro líder
espiritual tibetano e interferir numa tradição de séculos.
Reencarnar ou não, eis a questão. Ou
reencarnar ainda vivo passando o bastão, em escrutínio feito por outros
lamas para escolher o sucessor, à semelhança do papa, ou então, o
próprio Dalai nomear o próximo iluminado, podendo designar até um
candidato fora da órbita do meio da China.
Consulta popular, eleição indireta ou
simplesmente escolher o herdeiro do rei, demonstram que o Dalai Lama, ao
se globalizar, se confundiu, depois que saiu do casulo tibetano. Em
contato com idéias estrangeiras de democracias tão diversificadas e
imperfeitas, apavorou-se com a desfaçatez com que a China penetrou no
vácuo espiritual e declarou a reencarnação ilegal, se não passar pelo
seu crivo.
Ilegal sim, e daí? Se o próprio Dalai Lama
quer acabar com a reencarnação, por decreto.