QUEM MATOU
JUSCELINO KUBITSCHEK, JOÃO GOULART E
CARLOS LACERDA?
21 de Abril de 2008
Os EUA ainda não creditam à luta pelo fim da
segregação racial e à equivalência dos direitos civis de afro-americanos
e brancos como a causa mortis dos assassinatos do presidente John
Kennedy, seu irmão e ministro da Justiça, Bobby, e de Martin Luther
King, perpetrados pela direita raivosa, fundamentalista e nazista. É
penoso remoer na pátria da liberdade mazelas que remontam à escravidão,
ocorridas na década de 60, amplamente considerada a mais revolucionária
do século XX.
Assim como passou em brancas nuvens o
desaparecimento, no espaço de um ano, de João Goulart, Juscelino
Kubitschek e Carlos Lacerda, que haviam se unido na Frente Ampla para
resgatar o Brasil do fascismo. Se atentados vitimaram contrários a
Pinochet no exterior e, à mesma época, as ditaduras militares da América
do Sul se organizaram na operação Condor para prender, torturar e matar
os inimigos comuns dos regimes autoritários, quem terá coragem de
investigar mortes que cheiram a extermínio encomendado de três das
principais lideranças do país no pós-Getúlio Vargas?
Ainda mais que Brizola só se safou do garrote
vil porque fugiu do Uruguai e pediu asilo político aos EUA. Fazendo jus
à maior carga de ódio, alimentada até a raiz dos cabelos, por parte do
núcleo mais hidrófobo da ditadura, o que engatilhou a bomba do
Riocentro, em espantosa contradição com o grupelho que concedeu a
anistia. A inequívoca confirmação de que “O médico e o monstro” não
brotou do imaginário popular inglês sem mais nem menos, acostumado a
lobisomens e estripadores.
É penoso remoer mazelas de um esquadrão da
morte a serviço de um regime político, que veio a influenciar o código
de honra de tropas de elite, milícias e traficantes, e manchar a
reputação da pátria cordial nos seus piores anos do século XX.
Soda cáustica na História do Brasil! E por
que não dos Estados Unidos?