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O AMOR COMO FICÇÃO
06 de Outubro de 2006


Ele quer ter tudo ao mesmo tempo: não quer perder a garota, mas quer manter sua preciosa liberdade. Não quer se comprometer, mas tampouco quer ficar sozinho. Rodando em círculos.

- Se eu sentir que você está me enrolando, eu me mando - disse ela para ele depois de curtir adoidado o casamento da prima, como madrinha. E de tê-lo apresentado à família.

- Eu não quero te perder - ele não chegou a falar para ela.

Pouco a pouco, o círculo vai se estreitando e encerrando o relacionamento, seja para fechar ou acabar. Ele promete a si mesmo que nunca perderia a vontade de fugir. Não havia nascido para viver trancado e ter sua vida arruinada. Racionalizava com primeiro crescer o bolo para depois reparti-lo. No primeiro ato o monólogo, tratar de se sustentar com conforto. No segundo ato, o drama virar prazer para o terceiro ato não se transformar em comédia.

Ele encarava a mulher sempre no desempenho de um papel, sem poder distinguir se era real ou o resultado de sua imaginação. Se uma família por construir ou autonomia financeira da família da qual se originou. Não deseja cometer grandes erros em relacionamentos, como ter filhos com mulheres que não ama. Fica atônito com separações em que uma das partes questiona como pôde viver anos com aquela pessoa. Quer distância de se tornar descerebrado ou perdido no espaço.

É daqueles filhos que põem a mãe no pedestal e dedicam mais atenção a ela do que à namorada. Foi ela quem o criou e merece toda consideração. A mulher de hoje não precisa mais desse suporte, sabe muito bem dar conta de si sozinha. Não cabe mais o homem homenageá-la com rapapés se ela não permite que ele se meta na vida dela. Quer coisa melhor do que sua mãe dar palpites a torto e a direito? Já está incorporado ao folclore, se não é um mito. Um dia ela não estará mais aqui e ele não conseguirá encontrar uma mulher que cuide dele tão bem.

Como decidir por qual mulher ele irá meter em sua consciência? Se elas querem enfiá-lo num modelo inflável que atenda a suas inspirações e quereres. Se querem tirá-lo da caixa de brinquedos da mãe para fazê-lo crescer e virar homem.

Contudo, mistério é o que mais atrai e ameaça se ele vier a se apaixonar. Porque comprará sua imagem e a imprimirá em sua mente, incorporando todas as fantasias que ela inspira. Fazendo-o cair em desespero, pois ela não inspira convicção. Com seus estranhos hábitos, ela atrai uma categoria de homem que adora ajudar ovelhas desgarradas, onde se junta a fome com a vontade de comer. Quem sabe por onde o amor surge?

O amor nos leva em seu tapete mágico em direção a nossos sonhos. Não temos o direito de descartar essa sensação. Se a realidade não corresponde aos sonhos, é necessário fazer reparos na casa em que construímos o suposto amor. Senão abrimos a cortina pensando que tudo que precisamos é de ficção. E não amor.

 
Antonio Carlos Gaio
 
 

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