OS
BIPOLARES ESTÃO À
NOSSA VOLTA
5
de Novembro de 2007
Costuma-se fazer
referência à bipolaridade, quando uma pessoa
apresenta dois perfis de comportamento de
características diametralmente opostas, que se
contradizem e se negam o tempo todo, como se tivesse
nascido com dois cérebros e ambos procurassem anular
o outro.
O temperamento forte é o
cartão de visita. Numa tentativa de reafirmar que a
personalidade é una, com um pensamento bem amarrado
e o veio central rico de idéias para revolucionar o
mundo. O ponto em comum com memoráveis aventureiros.
A grande viagem nas drogas. O vício na adrenalina. A
vida de artista. Possui planos empreendedores, desde
que cercado da mais completa boemia e de malandros,
os quais não discrimina. Pode ser encontrado em
qualquer roda ou grupo.
Se mostrar furos no
arcabouço de seu pensamento, o ditador se rebela e
parte para a argumentação contundente, a fim de
provar que ele tem razão, a lucidez e o brilhantismo
o acompanham. A mudança de um pólo a outro é
marcante, bem definida, quando você se surpreende
com o exagero no ardor da discussão, a ponto de
babar. Quem mandou duvidar dele? Ele não tem dúvida
a respeito do que afirma, em sua postura de
pretender incendiar a platéia, é um porra-louca.
A bipolaridade se
caracteriza quando ocorrem alterações de humor,
passando pela agressividade, num comportamento
anti-social de só ter certezas, até oscilar do pólo
da euforia para a tristeza, no dia seguinte. Quando
se entrega à apatia, à mercê da ansiedade pelo que
reserva o novo dia.
O uso excessivo de
antidepressivos e psicoestimulantes, tão prescritos
atualmente, procura inibi-lo. O que não o impede de
mergulhar em fases de
depressão nas quais apresenta sinais de inadequação
à vida e tendências suicidas.
É produto de nossa
sociedade atual, que oferece cada vez mais novidades
e estímulos em oposição a menos limites, o terreno
fértil para o PMD (psicose maníaco-depressiva),
cognome antigo do bipolar.
O PMD não pondera, não se
autoquestiona e não sente culpa. Ou não demonstra.
Não considera que o amigo pode sofrer com sua
reação. Quem está de fora, examinando-o no jardim
zoológico, pensa que é sádico. Gosta de chocar o
público presente, centrado nele. A dor alheia não
existe, tamanha sua hiperatividade.
Goza da fama de egoísta e
de tirar vantagens de situações que, no seu
julgamento, pedem a sua intervenção para sanar os
defeitos que impedem um desenlace auspicioso. Não
tem a menor preocupação com censura a seus gestos e
atitudes, seja grosseria ou maus-tratos, pois é
capaz de ser sedutor, educado, atencioso, mandar
flores.
Quando alguém tenta lhe
dar limites, arma e mostra-se um frio estrategista.
O PMD o faz melhor do que qualquer um, possui a
inteligência específica para ludibriar sem a vítima
perceber. Nasceu na relva macia da premeditação, tal
a facilidade para quebrar o outro e se favorecer.
Quando ele surta, aí é que
se vê, claramente, que não é desse mundo. É outro
ser. A aparência se transforma no conflito do médico
e o monstro, livra-se do que lhe resta de sutileza,
não deixa dúvidas quanto à anormalidade, ancorado na
doença.
Contudo, não tem a menor
preocupação com quem o considera louco. Pois segue
menosprezando a patuléia, sem esquecer de nos
incluir. Não tem a menor vergonha do que apronta.
Apesar de sua inteligência privilegiada, é um ser
involuído, que desperdiça a sua existência com
pontuações que vão demonstrando que perdeu o fio da
meada, ao não conseguir acionar a bipolaridade em
nós, e debilitar-se sozinho com sua pretensão
maquiavélica. À espera de que forças malignas o
consumam.