QUANDO SE VAI EM BUSCA DE
ALGO
11 de Junho de 2007
Quando se vai em busca de
algo e você resolve contar ao mundo a sua história,
libertando-se da dor que nos mantém atolados no
charco do sofrimento, ao afrouxar a camisa-de-força
que mantinha a consciência no cercado e não mais
pensando no que ficou para trás, é porque descobriu
no fruto da experiência interior, extraída do
conhecimento revelado, uma inspiração divina na
capacidade de percepção, ao se assegurar de que não
cabe ressentimento no amar.
Quando se vai em busca de
algo, eles não gostam. Reagem, travestidos de
gurus e profetas, para disfarçarem a estreiteza do
pensamento humano em não conseguir escapar do beco
em que nos encontramos: o maniqueísmo do bem e do
mal. Enclausurados pela verdade absoluta da qual
estão possuídos, invejam o intelecto perigoso de
dissidentes que podem mexer, de forma
definitivamente incontrolável, com a cabeça de seres
que vagam ao léu. É gente enfezada que tenta te
aniquilar com pesadelos que atingem o espectro da
sua moral, a ponto de inquietá-lo pelo restante do
dia.
Esses obstáculos
surgem com o intuito de verificar se está mesmo
seguro quando procura seu próprio caminho, pois que
ameaçar a religião e dogmas dos agnósticos lhes
provoca ira. Atacam-no ao menor sinal de que
convicções começam a ruir de podre à medida que a
insegurança cresce e a fragilidade se avizinha deles
com o correr do tempo. São nossos algozes, que mal
desconfiam de seu papel em nos testar e
potencialmente fortalecer nossa fé ao pretenderem
matar-nos por dentro, açoitando nossas idéias. Se
falharem, nos tornamos mais fortes e nos salvamos;
chegando ao cúmulo de devolver a mal-querência e o
ultraje se benévolos restarmos.
Nós, seres humanos,
nascemos ignorantes. Não no sentido pejorativo, mas
ignorar por desconhecer, não ter consciência das
conseqüências de nossos atos. O verniz tecnológico
não distancia o mundo de hoje da época das
barbáries, pois ainda não saímos do estágio de que
errando se aprende a acertar. A humanidade dá novos
passos rumo à evolução, todavia tartarugas ainda
necessitam que as joguemos de volta ao mar para que
não morram.
Necessita-se de fôlego para dar cabo de todas as
missões em uma existência efêmera. Precisamos fluir
naturalmente no contexto da vida, almejarmos a
sintonia de tudo que seja benéfico à vida carnal,
sob o comando do discernimento, do amor e da
alegria. Somos passageiros da vida e o corpo é o
nosso veículo de viagem pela Terra. Há que crescer
interiormente para aprender a conviver melhor com os
outros, abandonando a massa falida de seu ego. Senão
morre só, a sós, consumido pela metástase da vida.