LIVRE-ARBÍTRIO
09
de Julho de 2007
Tal como o fluxo e
refluxo da maré, ora és rebaixado, expurgado,
renegado, condenado, arruinado, ora é procurado,
chamado a prestar colaboração, é reconhecido, todos
querem te ouvir.
A vida não tem origem,
nem terá fim, somente os vivos têm início, meio e
fim. Principiar a ser vivo é nascer, abrir mão de
ser vivo é morrer. Ao nascermos, o corte do cordão
umbilical marca o início de nosso destino. Destino é
a nossa vida. Não podemos renunciar a ela. Temos que
vivê-la até o fim. O desafio é percorrê-la como o
mel flui por nossa garganta enchendo-nos de
satisfação. Podemos nos libertar sem passar por
sofrimentos ou crises existenciais embora, via de
regra, a angústia seja um grande estímulo. Mas não é
necessário descer ao inferno antes de ir para o céu.
Se você não estiver centrado, não conseguirá remover
o atávico sentimento de culpa. O bem-estar, assim
como a paz de espírito, não representa uma chegada,
e sim uma jornada por edificar.
Ao iniciar um projeto,
talvez ele venha a falir ou não se concluir com você
ainda nesta vida. O importante é não deixar de
fazê-lo e dar seqüência, mesmo que não leve a honra
da autoria e prossiga nas mãos de outros que
usufruirão os louros. Todos os grandes feitos são
obrados pela alma do Universo e o homem pode ser
colaborador dessas grandezas, se bem entender a sua
função de servidor e não se arrogar o título de
senhor do universo.
Geralmente, o homem vive
ao sabor do que é mais superficial por influência
direta do mundo exterior e pelas exigências
procedentes dos impulsos que emanam de seu instinto.
Vive coisificado pela roda-viva dos compromissos com
situações não escolhidas, que ele confunde com a
própria realidade. Conhece, quando muito, a sua
personalidade, a sua máscara. Conhece e adora o que
tem, ignora o que ele é.
O Universo exige que
utilizemos nossa livre-vontade para fazer o que Deus
poderia fazer sem o homem. Tão-somente porque Deus
nos ama e deseja compartilhar o divino que
transborda a valer de sua alma. Até mesmo um ateu
seria herege em afirmar que não existe o divino nos
cometas, cristais e quanta que se movimentam sem
cessar no firmamento do imaginário.