ÁRVORE DA
VIDA
17 de Março de 2008
Excesso de sensatez leva à estagnação e, se
prolongado, à morte da alma em vida.
Tudo já vem escrito e determinado pelo
destino. Cabe a você, através do livre arbítrio, dar a sua forma, não
precisa pintar uma Mona Lisa ou esculpir um Davi.
Admitir um erro seu em vidas passadas para
justificar a provação não é propriamente uma expiação de pecados dos
quais você não sabia. É apenas se submeter humildemente a ser testado,
melhorar e evoluir. Pois se o corpo se converte numa prisão para o
espírito que mal cabe no ser em formação no útero da mãe, devido ao
acúmulo de suas experiências em outras vidas. Por isso, o bebê chora,
por não entender a ansiedade em querer ser incluído dentre os bafejados
pela sorte de amar e ser amado nesta vida. Chora de medo por saber ser
difícil substituir o afeto e o desvelo da mãe pelo amor ideal, tão
almejado durante sua trajetória. Não tem escapatória: viver só faz
sentido se houver amor.
Como entender o comportamento dos adultos,
como se adequar na escola, entre os amiguinhos, qual é o seu lugar na
família para não se julgar um peso? Na sua fantasia, a criança procura
um segredo, onde se encontra a fonte milagrosa. Varada pela necessidade,
escolhe uma árvore, para que possa subir através das ramas. À espera de
que alguém a chame e a árvore se abra em copas para acolher essa
inocente criatura que só deseja ser ouvida.
E que jamais duvidaria da sabedoria de alguém
que não sai do lugar, sofre a ação do vento que despetala sua beleza, se
embebeda com a chuva, encarquilha com o sol inclemente, é cobrada para
ter filhos, fruto da maturação de sementes jogadas ao léu. A responsável
pela oxigenação do planeta, mas que não fala nem abraça, sequer beija,
porém tem um coração que é o pulmão, pois respira por nós, sem suspirar,
nem mesmo quando a criança cresce e a abandona, por ter pressa, atrelada
a uma herança de não ir fundo nas raízes para atenuar a angústia de
dúvidas que nos paralisam, à espera de ver para crer.