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ACEITAÇÃO E SEDIMENTAÇÃO DO ESPIRITISMO

O espiritismo custou a ser aceito no seio de tradicionais famílias. Os católicos apostólicos romanos associavam incorporar espírito, mediunidade, dar passe e psicografar, à umbanda. Por se assemelharem na influência dos espíritos sobre as pessoas, na sua progressiva evolução, sobrevivendo à morte do corpo, nas reencarnações sucessivas, na Lei de Causa e Efeito, na pluralidade dos mundos habitados. Embora a fé espírita seja racional e não devocional.
O espiritismo ultrapassou o tabu de que se deve deixar os mortos em paz, senão é falta de respeito. Seria invadir uma seara de Deus. Conseguiu vencer esse preconceito e foi se conjuminando com o cristianismo e o evangelismo, mesmo porque Allan Kardec se direcionou na ampliação do conhecimento na leitura dos evangelhos com a revelação do mundo espírita, obscurecendo o conceito de céu e inferno. A 2ª Guerra Mundial e a Guerra Fria entre os mundos capitalista e comunista propiciaram o surgimento do papa João XXIII e a conseqüente quebra de paradigmas e rituais da Igreja Católica, em concomitância com a era Chico Xavier, o responsável pela aceitação e sedimentação do espiritismo na fé brasileira. A ponto de padres reverem seus conceitos e nos sermões manifestarem a influência da espiritualidade, ainda que tentando justificar a fenomenologia pelo lado científico.
Não se pode dizer que houve um sincretismo, mas o Brasil é o único país do mundo onde o espiritismo virou uma doutrina inspirada em Nosso Senhor Jesus Cristo, com milhões de seguidores que ainda mandam rezar missas para lembrar e se congraçar com parentes mortos e que, insatisfeitos com o tratamento tradicional, vão em busca de auxílio espiritual para curar doenças. O único país onde a cirurgia espírita virou coqueluche. Embora ninguém esteja livre da crise de fé, nem os médiuns que operam seus pacientes. Mas o Plano Espiritual dá uma comprovação cada vez que ficam mais questionadores.
Pois todos nascem com a centelha divina, uma porção de Deus dentro de cada um, para fazer o melhor por nós e pelo mundo. Deus nos observa e espera pelo cumprimento da nossa missão. Ele precisa de nós para melhorar o mundo criado por Ele – uma andorinha só não faz verão. E, quando isso é realizado, servindo a nós e a Ele, forma o Todo que é Deus, composto de nós.
O que em nós sonha os sonhos que sonhamos, se somos feitos de sonhos e neles se oculta a porta da eternidade? Em busca daquilo que não se vê, daquilo que nos transporta do estado de sono para o nosso despertar. Se, à medida que ficamos adultos, começamos a perder a simplicidade das crianças e passamos a viver na ansiedade, quanto tempo mais precisaremos para crescer em maturidade, sabedoria e conquistar o próprio coração? E aprender a fazer uso da experiência acumulada de outras vidas. Aquilo que a memória não esquece fica eterno. Os golpes mais dolorosos hão de cicatrizar com o tempo.

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Antonio Carlos Gaio
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