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É DE PROPÓSITO: 3 – EU GOSTO DE VOCÊ, MAS GOSTO MAIS DE MIM

Eu te amo sim.
Muitas vezes gostei mais de você do que de mim.
Mas, sabe, eu tenho sempre essa vontade que me invade
de ceder para ficar bem, de me adaptar ao ritmo do outro.
De escolher fazer o que o outro quer como se fosse o que eu quero.
E é tão latente isso em mim, que passo até a acreditar que desejo o mesmo também.

Não é porque você ficou comigo até a última gota de desespero, no andar mais baixo da escuridão, que eu tenho que ouvir você me humilhar, me desacreditar, duvidar constantemente de mim e reclamar, impelindo-me a te servir eternamente, para compensar tudo o que você fez por mim. Ponto. Pausa. Preste atenção!

Você fez porque queria. Porque supostamente me ama. Você escolheu estar aqui. Eu não te devo nada. Relacionamentos, no geral, não podem ser um jogo como aqueles que você joga, onde aquele que acerta mais inimigos é quem sai ganhando. Não é uma competição pra ver quem tá certo, pra ver quem erra menos, pra ver quem deve mais, na vez de quem está, pro outro ter que se anular. E o engraçado é que você diz que eu é quem gosto de competir, quando tudo que eu quero é união, mas não adianta tentar explicar.

Você está sempre certo. Já errei tanto que, mesmo se acertar, você vai ter que lembrar de tudo que eu errei pra eu me sentir culpada, como desculpa para você não fazer o que não quer. Pra fazer o que você quer, que é me ver te servindo, enquanto você implica com o jeito como te sirvo. Porque não sou simples e sagaz como você, porque estou demorando pra sei lá o quê. Porque não sou você. Nem quero ser, entende? Não, você não entende. Como alguém pode não querer ser tão perfeito?

Pessoas são diferentes. Lide com isso. Ou então vai procurar alguém que se encaixe na sua quase perfeição. Já pensou que lindo vocês discutindo pra ver quem é mais perfeito? Me chama que eu quero assistir com a pipoca do lado, tá?

Chega. Assim você me sufoca. E não dá pra viver sem ar.

*Obs: Sem filtro e sem freio, confesso, sem receio, que esta carta está endereçada a amores do peito, de diferentes gêneros e jeitos, mas com a quase idêntica forma de amar.

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Antonio Carlos Gaio
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