Esse é o Fernando Henrique Cardoso que nós conhecemos! Só resolveu se tornar imortal pela Academia Brasileira de Letras depois de tantos amigos insistirem: teve que ceder – que modéstia inusual! Embora reticente por não ser um homem de letras e não querer criar constrangimentos por ter sido presidente da República. Que homem ético ao não abusar de seu prestígio! Que desapego à honraria, quando tem tantos tratados sobre sociologia e outras ciências afins! Agora entendemos melhor por que seus fãs da elite o veneram tanto. Sua classe, categoria, elegância, distinção, nível muito acima dos demais, fazem com que se identifiquem com o Príncipe e se vejam numa verdadeira casta, imunes a um país em acelerada inclusão social. Renegam os valores dessa acentuada mistura. Protegem-se da contaminação.