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A ATRAÇÃO IRRESÍSTIVEL DOS HOMENS PELAS PERIGUETES

As periguetes se caracterizam por serem deslumbradas com qualquer coisa, lançando-se a tudo com uma audácia fora do comum e desconhecendo o que é pagar mico. Sua marca registrada é vestir-se mostrando tudo – ficar nua seria muita falta de originalidade. Daí a sociedade como um todo associar periguetes às putas.
Exceto feita os homens que se fascinam com seus trejeitos, arrotando não cultivar preconceitos. Se aos outros parece vulgaridade, aos amantes das periguetes insinua-se uma pureza de estilo e autenticidade, do tanto que não se envergonham de ser o que são. Reafirmando-se como grandes mulheres, já que no sexo não deixam a peteca cair, o que, em última instância, é o que os homens mais procuram.
Os amantes das periguetes veneram a ingenuidade naquele corpicho trajado de puta e vibram com o status adquirido de serem os donos daquele mau pedaço. É de orgulhar ser o homem de uma periguete que não vende seu corpo. Pode vender a alma, mas quem disse que os amantes das periguetes são diferentes?
O caráter de ambos se notabiliza pela volatilidade. Não se percebe nenhuma consistência no que afirmam. A frivolidade domina seus instintos. Seus neurônios atuam sob o comando do pênis. Sob medida para se alimentar do arsenal que as periguetes põem à sua disposição.
Rotular de mente curta seria diminuí-los sobremaneira, já que enxergam longe o que o prazer pode proporcionar. E quem haverá de ser contra o prazer? Somente os moralistas incapazes que, por isso mesmo, advogam restrições a seu bel-prazer para compensar sua total falta de sintonia com os mistérios do corpo, que tanto nos infernizam com atrações fatais, nos assediam com masturbações e nos maltratam com carências que doem até a alma.
Mas a tudo isso os amantes das periguetes passam o rodo. Jamais admirarão mentes brilhantes. Tudo, menos teoria; só a prática convence. Não são de plantar ou cultivar e sim de extrair o fruto da árvore.
A atração irresistível dos homens pelas periguetes representa o total desprezo ao hábito que se enraizou de discutir a relação, de encucar o que é para ser curtido, de apreciar o belo e não complicar. É na estética das periguetes que encontra o seu mundo, conversa na mesma linguagem e se sente à vontade para blindar o orgasmo e livrá-lo de seu pior inimigo: os que o abandonam.
Antonio Carlos Gaio:
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