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POR QUE OS HOMENS ESCONDEM TANTOS SEGREDOS?

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– COMO O LIVRO NASCEU E FOI SENDO CONSTRUÍDO –

Obstinado, cavei todas as chances que a vida me retribuiu para conhecer o amor. Mudei de direção, desde o véu e grinalda, tantas vezes quanto necessárias ao sabor de experiências amorosas e de paixões que demonstram os desatinos e desequilíbrios a que qualquer um está sujeito. Aí me dei conta de que só estava olhando para o meu umbigo. Foi na boemia, nos anos 1980 e 1990, que eu me vi coletando impressões de amigos e conhecidos meus sobre seus desacertos amorosos, buscando em cada um a exata medida daquilo que os estava incomodando na mulher, que não parava de se reinventar, fulminando seus casamentos estabelecidos em bases já ultrapassadas. Mágoas e queixumes amorosos transbordavam, inundando-me de histórias. Notei, aliás, que eles eram muito mais do que eu pensava, andando às cegas, a falar sem parar para impedir que a voz de dentro aflorasse.

Cheguei a sofrer uma súbita queda de pressão que, para mim, claramente funcionou como prenunciadora da desconstrução do homem nos próximos vinte anos. Muito satisfeito pela confiança depositada, procurei corresponder e bem ouvir a quem eu entrevistava, já melhor inteirado de meu papel, aclarado pela antevisão. Guardando tudo em minha cabeça sem anotar. Mas ainda sem ter consciência de que o livro “Desconstruindo o Homem” – que, em seu segundo volume agora publicado, ganhou o título de “Por que os homens escondem tantos segredos?” – já estava em processo de elaboração, vindo a ser escrito em 2003, em apenas 3 meses, e somente publicado em 2014.

Antes, impus-me a condição de escrever histórias sobre encontros e desencontros, tendo sempre como foco o amor, que materializei no meu primeiro livro, “Ilusão de Ótica”, publicado em 1996. Parti de Romeu e Julieta, associados à utopia do amor eterno que nos faz dar suspiros que sufocam o coração até hoje, a exemplo do solene “até que a morte nos separe que lapida o casamento cristão”. Lenda que se converteu em paradigma do amor. Será que os relacionamentos amorosos ainda são condicionados por este mito do amor eterno? E como conciliá-lo com a dinâmica comportamental da modernidade que está abalando as convicções do amor? Tal como o descarte fácil do parceiro e o efêmero das relações. Os homens se mostram inseguros pois, graças à lógica e tirocínio de que tanto se orgulham, têm perfeita noção da perda de substância de sua personalidade diante da nova mulher, com sérios reflexos em sua arte da conquista e sedução, arte essa outrora poderosa. Ambos em estado de guerra não declarada procurando, no entanto, manter as mesmas estruturas de poder.

Esclareço que não me servi de nenhuma fonte bibliográfica para me inspirar, oferecer respaldo ou mesmo me basear para escrever sobre a desconstrução do homem em “Por que os homens escondem tantos segredos?”. Foi até bom não descobrir nada que viesse a me influenciar para manter o filão do livro intacto, apresentado em forma de crônicas escritas desde 2004, que somaram 137 ao final de 2017. E organizados em 18 blocos, um deles abordando como a mulher percebe e reage diante desse homem, cuja evolução obrigou a ele se enquadrar e transformar seu papel dentro da família, embora o mundo seja um lugar horrível para ser mulher, face ao feminicídio, à violência doméstica e assédio sexual.

Disseco certos tipos de homem nos sugestivos “O marido da empregada”, “O pai que é avô”, “Filho de mãe incestuosa” e “O cãozinho sem dono”, “O comedor de gente”, “Viciado em sexo”, “João-ninguém”, “O banana”, “O pau-mandado”, “O drama do homem bonzinho”, “O senil”. Ou no que lhe diz respeito, “O problema do homem é o pênis”, “Masturbação”, “O homem como presa fácil da ejaculação”; “Mulherengo”, “A epopeia do homem de não ser de uma só”, “Os perigos da monogamia para o homem”.

O bloco Gay revela que não se pode tocar no homem de forma inadvertida e seu conflito com sua homossexualidade latente, já que um gay reconhece outro só pelo olhar. Avança sobre o assexuado, o bissexualismo, o transexual, a misoginia e a homofobia. Como o homem lida com as emoções, o erotismo, as fantasias sexuais (ocupamos 95% de nosso tempo com a mente a fazer amor com as nossas fantasias) e o sexo anal. Confronto o tesão com o amor ou por ele não ser suficiente para atestar a veracidade do amor ou o deixar de senti-lo por sua mulher.

A atração pelas periguetes, secretárias, mulher de seu melhor amigo, pelo bico dos seios… por esse diabo em forma de gente ele larga até o seu casamento! Chego à conclusão que não é o pênis que deve estar no comando, se o homem não toma cuidado com seu esperma e culmina por introverter decepções amorosas pari passu com a disfunção erétil que vai se manifestando. O homem ainda anda às voltas com o abuso da infidelidade, movido pela certeza de não conseguir se realizar no casamento, só sendo fiel até aparecer coisa melhor.

O declínio do modelo de pai e a vasectomia como artifício para negar a paternidade em sintonia com o bloco dos “Homens que não querem assumir compromisso”, que não procuram sarna para se coçar, cuja alma vagabunda só pode enxergar o amor como ficção, pressionados por mulheres rodadas, que não se encolhem nem mesmo com a falta de homem no mercado.

Na cultura do estupro em marcha, aprofundo o estuprador e percorro o estupro coletivo e o homem quando estuprado, sem esquecer dos islâmicos quando se casam com noivas crianças. No amor em discussão, debato “Casar ou somente namorar?”, “Sexo puro pode ser amor dos bons?”, “O amor não inclui a amizade?” e “Nenhuma relação é uma perda de tempo”. “Nem sempre se diz tudo” para manter a relação entra em conflito com a verbalização necessária para o diálogo permanente no casal.

“Para onde o homem se dirige?” fecha o livro em indagação suscitada pelo fato do homem esconder tantos segredos para não transparecer sua imaturidade emocional ou sua baixa tolerância à frustração.

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Antonio Carlos Gaio
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