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A HERANÇA DO PAPA FRANCISCO

Depois do Papa João XXIII e Paulo VI virem abrindo a mentalidade da Igreja Católica no século XX, construindo pontes ecumênicas com outras religiões, e João Paulo II (o Papa polonês) ir tão longe na denúncia dos desequilíbrios sociais e das injustiças, eis que surge o Papa Francisco, a relembrar os tempos de São Francisco de Assis, o culto pelo que há de mais simples, humilde, modesto, singelo e verdadeiramente humano, dirigido às bases mais miseráveis da sociedade. Dirigindo-se à Humanidade de todos os países, independente de outras religiões que, por sinal, o assumiram para também chegar em seus fiéis e reforçar seus próprios votos, até para ratificar que não existe muita diferença entre as religiões, desde que o politeísmo começou a ser abolido há mais de dois mil anos.
Mas Francisco foi escolhido na sequência do Papa Bento XVI e dos escândalos da pedofilia grassando dentre boa parte das paróquias no mundo inteiro, deixando em evidência o falso celibato dos padres, que já vinha de longe. Bem como os desvios de dinheiro do Banco do Vaticano, que levaram à renúncia e à vergonha do Papa Bento XVI. O Papa Francisco conseguiu estancar o sangramento que empanava a credibilidade da alta cúpula de bispos e demais prelados.
Mas restará um mistério que o Papa Francisco não quis esclarecer. Por que o cidadão Francisco nunca mais voltou à Argentina desde que foi ungido como Papa? Sem provas, é acusado por alguns de ter sido cúmplice da ditadura militar e, para outros, protegeu guerrilheiros e comunistas, quando o mais provável foi o papel de intermediador que o obrigou a conviver com o regime para ajudar os perseguidos. O bispo e posterior Papa sempre teve problemas intestinos com a copa e cozinha da política local da Argentina, seja com o governo peronista (Néstor e Cristina Kirchner) e, recentemente, com Mirlei, que afirmou o Papa ser o representante do maligno na Terra. O que não os impediu de pedir a bênção ao Santo Padre, depois que o injuriaram.
Daí caber lembrar que o Papa Francisco morreu sem sofrer, segundo a equipe médica. E que, aconselhado por Massimiliano Strappetti, seu enfermeiro pessoal que o assistia 24 horas, resolveu realizar, no Domingo de Páscoa, um dia antes de sua morte, um passeio no papamóvel pela Praça de São Pedro, surpreendendo 35 mil fiéis. No dia seguinte, o Papa Francisco entrou em coma de madrugada e faleceu pouco depois, não sem antes acenar para o seu anjo da guarda. Despedindo-se da vida terrena e ingressando no Plano Espiritual para se sentar à esquerda de Deus, junto dos frades franciscanos, em razão de sua trajetória atestar com provas robustas o santo homem em que se tornou.

Antonio Carlos Gaio:
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