Se quisermos ser práticos, liberte-se da bagagem pesada para ingressar na vida espiritual – pouco importa se isso significa muito tempo pela frente para viver ou a um passo de desencarnar. Mais lentamente se cobre o percurso se sua bagagem comporta coisas substancialmente inúteis.
Livre-se dos detalhes que sugam nossas energias e consomem nosso precioso tempo, já demasiadamente ocupado com excesso de informações que entopem nossa mente e impedem de nos vincularmos ao que existe de mais sagrado no espírito das coisas e das pessoas, passando a enxergar no seu entorno o que não distinguia antes, por viver em outro mundo, distanciado do espiritual.
Quantas horas desperdiçamos em atividades que nada acrescentam às nossas vidas, quando não nos causam enfado ou nos sobrecarregam de preocupações? Com coisas inúteis, verdadeiramente inúteis.
É preciso quebrar a cadeia de condicionamentos que nos são impostos em nosso crescimento e formação para nos tornarmos mais leves, sobretudo de espírito, a fim de se alcançar o destino vida afora, desembaraçados do ódio gratuito, da farta inveja, de mágoas em desalinho, de demasiadas cobranças, quando todo esse entulho prejudica mais a quem os sente do que a quem se deseja atingir.
Quando a vida espiritual é um contínuo desapego de vaidades, presunções e ambições, que nos enveredam pela via do absurdo em razão de ainda não termos aprendido a ingressar no espírito despojado, ao nos distanciarmos da criança de 5 anos que fomos, caracterizada pela interrogação incessante e o interesse pela novidade. Crianças não estranham nem se assustam na presença de espíritos. Apenas manifestam com sofreguidão se há algo que eles querem dizer e não conseguem se fazer entender. Tal como as crianças, também.