Já tivemos o Ibope como instituto de pesquisa e referência no país. Ninguém duvidava de suas previsões. Hoje a mentira impera no universo do Trump, no mundinho do medíocre Bolsonaro, no prazer do Putin em envenenar a oposição e no deleite que o genocídio provoca em Netanyahu. A mentira também é substantiva na PM do governador Castro (Rio de Janeiro), que fez uma estimativa de 400 mil pessoas na manifestação pró golpe no domingo 16 de março, embora faça muito tempo que deixou de fazer levantamentos do gênero por absoluta incapacidade intelectual, cujo único método era o “chute”. A Globo arrumou, para medir o público de manifestações, comícios e protestos, o “Monitor do debate político” da Cebrap (um de seus colunistas, Pablo Ortellado, é também seu coordenador) e da ONG More in Common (por que em inglês?), que avaliou 18.300 pessoas na Av. Atlântica. Munidos de um software e inteligência artificial, o sistema localiza cada indivíduo e conta quantos aparecem na imagem, com uma precisão de cerca de 70%. Não chega a ser um antídoto contra distorções ao caráter do patrocinador conforme seus interesses políticos em ajudar a eleger o seu candidato favorito, como já acontece com a Datafolha que costumava, dois anos antes, a apresentar as pesquisas presidenciais não muito de acordo com a realidade do momento, para ir ajustando à medida que a votação se aproximava. E ninguém reclama pois não se pode provar coisa nenhuma, já que apenas se trata de uma pesquisa presidencial. A Datafolha estimou em 30 mil o público presente para ver e ouvir o maior falsário surgido no Brasil desde a ditadura militar. É preciso muito cuidado para que as pesquisas presidenciais não se contaminem com o veneno urdido por Bolsonaro para tentar fraudar as eleições e se consagrar como ditador.