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DEIXOU-SE DE SONHAR POR CAUSA DA CRISE

Os sonhos escasseiam com a crise. As crises têm esse dom. Tornam as pessoas enfadonhas por tanto se lamentarem, deixando de ter motivos para se arrebatar e indo embora, sem saber para onde. A vida vai perdendo a graça com as dificuldades e os manifestantes perdem consistência por não mais saber em que acreditar em meio a um cardume de gente que há muito já perdeu a cor.
A crise extingue a felicidade inerente à capacidade de sonhar, e faz arder falsas crenças na fogueira de vaidades, embaladas por uma veemência destituída de conteúdo.
Quando o que tira o sono para sempre e que nos faz viver e crer de um modo que nem a morte finda depende de teu sonho conforme ele depende de ti, na medida justa de um feito para o outro.
No entanto, é preciso reconhecer que estamos órfãos de sonhos e que isso devia nos entristecer. Se precisamos tanto de sonhar como de comer. Sonhar, olhando para este mundo que maltrata a natureza da mesma forma que o ser humano, semeando um outro mundo tremendamente melhor.
Queira distância dessa vida morna que leva e traz todos os dias. Não te convenças de ti próprio. Se há tantas coisas dentro de ti por mudar, com que propósito te conceder esta estonteante ilusão de te bastares com o que tens?
Basta de não sonhar. Liberte-se da crise. Mergulhe de vez num sonho que te faça viver para sonhar com o que vale a pena. Um projeto capaz de agregar e dar um sumiço no pessimismo. De unir as pessoas em torno do bem comum. Não uma mera congregação de individualidades. Senão a bandeira brasileira acoberta as piores vilanias porque usada para desfraldar qualquer causa. Fervilhe sua mente com ideias e as ponha em discussão ao invés de perseguir desafetos. Se bem-sucedido, és o eleito.

Antonio Carlos Gaio:
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