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NINGUÉM É UMA ILHA

Colhemos o que plantamos. Devemos estar conscientes do que viermos a fazer poder gerar consequências. Mais cedo ou mais tarde. Embora também colhamos tudo que nossos pais, nossos filhos e nossos amigos plantaram. Todos os caminhos que escolhemos geram mudanças nas vidas de outras pessoas e, segundo a lei do retorno, tornam a repercutir em nós. 
Portanto, não podemos viver sós, a só pensar em nós. 
A não ser que fôssemos uma ilha. Aí sim, criar-se-ia uma natural expectativa para que não sermos encontrados. Isolados no meio do oceano. Porém, mesmo paradisíaca, não passaríamos de uma ilha solitária. Sem nos doarmos e sem nada receber. 
Quando não somos uma ilha. Precisamos uns dos outros para interagir com amor e compreensão, compartilhando o que temos e o que ainda não descobrimos. O convívio com as demais pessoas pode ser pontuado por desapontamentos, mas que não deixam de ser enriquecedores para se aprender que o melhor a fazer é não evitar relacionamentos.  
Justamente por calarem fundo e habitualmente doerem, muito baseado em como os outros se comportam conosco, eventualmente fingindo-se de vítimas, é que nos sentimos mais atentos, vivos e presentes do que antes. Percebemos que não estamos mortos, ainda temos sensibilidade e captamos o mal que cada palavra pode provocar. Reagindo com os olhos marejados de lágrimas. É quando as emoções afloram e dão sentido à vida, acelerando as batidas do coração. Ao provarmos do amargor de outrem e nos assegurarmos de que não estamos sós. Colhendo o que plantamos.
Antonio Carlos Gaio:
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