O Universo conspira a favor de um mundo mais transparente onde a verdade predomine para ajudar a nos conhecer melhor, de modo a podermos decidir que rumo tomar com mais consciência e menos improviso, contribuindo para diminuir a pobreza de espírito.
Mas como, se o mistério faz valer a sua força e domina o mundo visível e invisível? Se amor é indecifrável e somos frutos desse mistério? Se para os outros somos uma esfinge? Até para nós mesmos, quando não conseguimos explicar por que cultivamos tal amizade ou nos apaixonamos por alguém que não conta com a aprovação do eleitorado. Pois se a lua não falha, sendo capaz de provocar um rasgado êxtase sempre que a contemplamos em sua plenitude!
Se o mistério é a fonte fundamental do nosso ser humano. A nascente da verdadeira arte. Se é quem monta o arcabouço da ciência. É quem permeia a História oficial. Desmancha a geografia de geleiras, ilhas e muda o curso de rios.
Se, magnanimamente, permite ao acaso o benefício da dúvida.
Somente a felicidade torna desnecessário investigar o mistério. Basta desfrutá-la, pois não haverá ninguém com anima suficiente para explorar o que existe por trás dela e qual a sua força motriz.
Contudo, o homem não resiste a tentar racionalizar para entender melhor o mistério e não fazer um juízo pobre a seu respeito, meramente ao sabor de fenômenos considerados antinaturais. Difícil admitir a falta de conhecimento, fruto da ignorância que ainda grassa no interior de seres em evolução que somos, ao menos, conforme as leis de Darwin, em respeito aos ateus naturalistas.
Somente pondo a mão na consciência, melhor compreendido será o homem, pois aquele que não reconhece o mistério é como se estivesse morto: seus olhos estão fechados e sua mente deixou de funcionar. Por ser incapaz de se maravilhar com tudo o que o Mistério nos proporciona, deixando-se paralisar ao não se contaminar com o que nos inebria.