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O SILÊNCIO

Ah, se pudéssemos nos calar logo que iniciam as discussões e assim evitar desafetos! Mas como aceitar alguns fatos que nós mesmos provocamos? Como nos proteger do orgulho e deixá-lo chovendo lá fora? Como evitar lamúrias que acabam por não fazer sentido? Como não ser atingido por cobranças? 
Aprendendo com o silêncio a ser humilde ao ouvir sua alma. Ela dirá o que faz sentido ao relaxar. Mas bem no meio da briga mais acalorada ou no seio de disputas familiares? 
Na Natureza, o silêncio é o maior sinalizador de poder. Basta observar a manifestação do dia adentrando nossas casas, realçando a beleza das flores e as bochechas de uma criança adormecida. Num silêncio verdadeiramente poderoso, o oxigênio tramita por nosso organismo e nem notamos sua presença e importância. As estrelas e galáxias riscam suas órbitas em absurda velocidade pelas vias inexploradas do cosmos sem emitir o mais leve ruído de sua engrenagem. 
E pensar que o silêncio é confundido com fraqueza ou apatia! Com passividade perante os abusos. Com a indiferença de quem despreza. Quem irá associar silêncio a poder, se este se confunde com arrogância, prepotência e violência? 
Quando a luz, o Plano Material e o Plano Espiritual, os maiores poderes do Universo que concentram a vida, no mais amplo e divino sentido, se expressam em silêncio. Até transparecendo uma ausência de que muitos reclamam por não chegarem a notar a presença de Deus, tamanha a quietude com que se manifesta. Não parecendo evidente essa poderosa força na qual estamos todos mergulhados e que mantém o Universo em movimento, fazendo pulsar o coração dos bandidos e dos homens de bem em estreita convivência. 
A maior prova de que o Silêncio é soberano é quando ele chega de mansinho, travestido da Morte, e resolve cortar os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico.
Antonio Carlos Gaio:
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