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REFLEXÕES ESPIRITUALISTAS E CIENTÍFICAS DE UM MÉDICO

Dr. Paulo Cesar Fructuoso, em seu livro Reflexões Espiritualistas e Científicas de um Médico, sublinha que as religiões só nos acompanham até o desenlace da morte, quando é veiculada a ideia da beatitude de um paraíso eterno ou da contemplação da glória de Deus, o que afasta quem não está interessado em ociosidades, mesmo que sejam celestiais. Embora os seres humanos se dividam em muitas religiões, para Deus, não existem divisões, somos componentes de um só rebanho sob os cuidados de um único Pastor: Jesus Cristo. A Ele foi concedida pelo Criador a responsabilidade de governar um planeta inteiro, aí incluídas suas humanidades encarnadas e desencarnadas. Em sendo um espírito antiquíssimo e com tamanha evolução, neste e em outros universos para ensinar o que aprendeu.

Quando não se pode mais alegar que os espíritos não existem simplesmente por não podermos vê-los. Como a convivência entre os povos não mudaria se a Ciência e as religiões finalmente afiançassem que um judeu pode reencarnar como um palestino e um palestino, num judeu! Não mais humilharíamos quem fosse de raça diferente se amanhã corrêssemos o risco de retornar com o perfil genético daqueles que consideramos inferiores. Não existe saída para a humanidade enquanto insistir na rejeição das alternâncias entre nacionalidades, raças e sexo através das encarnações sucessivas. Quanto mais evoluímos nos dois planos de existência ou universos paralelos, mais tolerantes e esclarecidos nos tornamos.

Tudo é movimento. Tudo é energia. Tudo é equilíbrio. Tudo é harmonia. Tudo é planejamento. Tudo é inteligência. Tudo é amor. Tudo é Deus. O nada é o comodismo cristalizante no qual nos encastela nosso materialismo. O veículo carnal é o prolongamento do próprio perispírito atuando na matéria, capaz de absorver, como um aspirador, o conteúdo tóxico extrafísico depositado em nosso envoltório fluídico durante incontáveis encarnações pretéritas. Desequilíbrios mentais, desregramentos emotivos, agressões contra o próximo ou contra si próprio acabam por promover deformações profundas que se repercutirão inapelavelmente nos tecidos orgânicos – uma belíssima visualização da alma do espírito desenhada por Paulo Cesar Fructuoso.

Por onde passa o espiritismo e deixa sinais. A mediunidade sempre esteve presente durante toda a história da humanidade, os oráculos, profetisas e pitonisas são os mesmos médiuns ou sensitivos de hoje. Por vezes, as vidências alcançam pessoas simples e anônimas que nada conhecem do mundo, a não ser as coisas existentes num rincão distante que lhe serviu de berço, passando a vida a executar tarefas rotineiras e rústicas, até que se deparam com situações e seres não se sabe de onde, que os arrebatam de forma irresistível para missões grandiosas que chegam a mudar mesmo a história de um país ou do próprio mundo. Tal como aconteceu com Joana D’Arc.

Os perigos que nos reserva o Plano Espiritual se não abrirmos os olhos. Por que não damos a menor atenção aos deserdados da sorte se vivemos em um mundo onde a matéria predomina? Por que transitamos pela vida em atitude de absoluta neutralidade? Por que não movemos uma palha em benefício de quem quer que seja? Por que guardar para si um lar feliz, com família, saúde, conforto, inteligência, poder, temeroso de perdê-lo? Deformando nosso retrato astral até que a morte nos surpreenda e nos desperte para a triste realidade. A constatar apreensivo o tempo e as oportunidades perdidas, e o ser estranho em que nos transformamos ao relegar nosso semelhante a um segundo plano. Ignorando os reajustes cármicos matematicamente interligados ao livre-arbítrio.

Segundo o pensador e filósofo suíço Henri Fréderic Amiel (século XIX), simplesmente porque não entendem nem aceitam uma vida espiritual e uma pátria universal invisível, onde todas as injustiças serão corrigidas, embora essa aspiração seja percebida nas tramas e nos sonhos narrados pelos nossos romancistas que magistralmente colocam em palavras esse porvir que a todos abraçará. Sem contar os compositores musicais, que conseguem fazer com que suas criações permaneçam em nossas mentes, vez por outra cantarolando felizes composições que nos trazem gratas recordações, chegando ao acinte de admitir que primeiro ouvem as melodias para depois transcrevê-las nas partituras. Quem, então, executa o que escutam ou quem sopra matéria espírita na literatura? O que seria do mundo sem a música e a literatura?

Diagnóstico do Dr. Fructuoso. Não podemos achar que tudo terminará com a morte do corpo, absolutamente despreocupados com o que fazemos, falamos, escrevemos e pensamos. Estamos todos em uma estrada sem volta, em sendo espíritos fadados a caminhar em todas as direções, e quanto mais amor dedicarmos ao nosso aperfeiçoamento, maiores serão as missões que nos serão destinadas. À medida que formos aprendendo a usar nossas potencialidades psíquicas, elevar-nos-emos aos planos superiores da consciência ao rejeitarmos qualquer vibração desarmônica como a ira, a inveja, o ciúme, o ódio. Ao negligenciarmos os cuidados com o corpo e principalmente com a mente, a falta de harmonia atrai doenças, ficando expostos à depressão imunológica facilitadora das infecções, às mutações genéticas causadoras dos tumores malignos, aos transtornos psíquicos associados à aproximação de personalidades extrafísicas que desejam sintonizar conosco. Cada época e cada civilização trazem consigo a nota desarmônica própria com seu cortejo de males particulares. Irritação e depressão são as características de nosso tempo.

Antonio Carlos Gaio:
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