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SAPOS

O PT saiu derrotado por ter perdido a prefeitura de Porto Alegre, após quatro administrações consecutivas, no estado mais politizado do país. Longevidade que personificava a identidade do partido, esboroando-se quando quadros e militantes bateram em retirada, depois do ridículo aumento do salário mínimo e de Lula querer jogar o povo contra o servidor público culpando-o pelo rombo da Previdência. Pouco importa se aumentou o número de prefeituras no país e o volume de eleitores porquanto lembra análises do gênero de Delfim Neto – primeiro crescer o bolo para depois dividir.
52 milhões de eleitores não votaram em Lula para continuar na subordinação aos interesses do grande capital financeiro em detrimento de nossas necessidades sociais. Serra combina mais com o modelo monetarista ortodoxo, além de Meirelles ser um tucano à frente do Banco Central que emudece o Palocci com o senta-e-levanta dos juros e os palpites sobre o preço do combustível, lembrando os bons tempos de presidente do Bank of Boston.
De tanto combater o inimigo, acabou ficando igual a ele. O uso do cachimbo faz a boca torta. No poder. Quando abriu mão da ética ideológica para se expandir no exercício do poder, para brigar por mais poder nas eleições e se manter por mais tempo no poder. Tudo de acordo com o que Maquiavel prescrevera. Restando somente a ética obrigatória do “Não Roubarás”.
Há quem acredite que não cabe inocência na disputa pelo poder, era uma questão de tempo o PT ser engolido na batalha pelo controle do aparelho do Estado. O que torna todos iguais perante o Diabo. Há quem acredite na ética da renovação que rebaixa os políticos à segunda divisão e não respeita nem crente. Garotinho sai “di menor” da eleição.
Há quem acredite que sapos resultam da quebra de encanto.

Antonio Carlos Gaio:
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