De tanto Lula não ousar, encolhido pelo espírito dos salões do poder de olho em qualquer escorregadela do presidente-operário.
De tanto se preocupar em não poder falhar, não tira a dama para dançar, que espera, cansada, de pé.
De tanto o Waldomiro 1% obrigar José Dirceu a se derramar em pedidos de desculpas, acaba o transformando num ex-ministro que falhou em criar uma república dirigida por comissários obedientes. O mentor paralisando a cabeça pensante do partido, depois do expurgo.
Esvaziando o núcleo do governo que carece de imaginação e dinamismo para enfrentar a fome. Propenso a se tornar refém de forças outras, não tão ocultas, dispostas a fazer o jogo de interesses nem sempre coincidentes com os do Brasil. Por onde percebem debilidade e falta de preparo se insinuam, tirando proveito da descaracterização galopante e perda da identidade na seqüência de desperdício no conteúdo político, malbaratando até o voto do eleitor conservador que, ao despir-se da plumagem tucana, surtou.
Na incapacidade de avaliar a realidade externa, face ao quadro esquizofrênico que dissocia o passado do presente político, do amor declarado ao pragmatismo exigido, a desconstruir coerências em busca de uma lógica que passa longe de ladrões que agora invadem nossas casas, em plena luz do dia, quando não nos assaltam de bicicleta no meio da rua. Só surtando.